Meu caro Rafael,
Quem é um dos melhores avançados do futebol português? Quem é o ponta de lança que tem um faro de golo apurado, que é rijo no combate corpo a corpo, que protege a bola como poucos, que roda com enorme facilidade dentro da área e que tem a total noção da baliza, do seu espaço e do posicionamento do guarda-redes adversário? Quem é o jogador com a alma e o espírito vimaranense? Quem tem sangue quente a correr-lhe nas veias e a fervilhar em cada momento que veste a camisola dos Conquistadores?
Quem é o avançado que se fartou de marcar golos no Moreirense, no Vitória FC e se vai fartar de marcar golos em Guimarães? Quem é que vai fazer uma dupla terrível na frente de ataque do Vitória e que ficará conhecida pela RARA?
Tu mesmo, Rafael! Estou mesmo a falar de ti. Mais do que uma esperança, esta é uma certeza que tenho. Marcar, marcar, marcar. Não consigo ver-te a fazer outra coisa que não a facturar. Um, dois, três, dez. Não é fé, Rafael, é realismo!
Eu sei, Rafael… sei que o início de época não foi fácil. Sei que já tiveste de ouvir alguns assobios vindos de uma das bancadas mais exigentes do futebol português. Sei que até tiveste algum receio à saída do nosso estádio. Sei o quanto são incomodativas essas “demonstrações de afecto”. Sei o quanto podem ficar a zumbir na nossa mente, mesmo depois do jogo terminado, já em casa, até na hora de tentar adormecer.
Entende esse “burburinho” e até a contestação como algo que te levará a atingir níveis ainda mais elevados. Para além da entrega, dedicação e qualidade, joga com a raiva de quem transformará um Dom Afonso Henriques num épico coliseu onde tu poderás ser o Maximus Gladiador. É isso, e tão somente isso, que espero de ti. É assim que te vejo: um Gladiador atirado às feras, capaz de aniquilar as dificuldades, capaz de passo a passo caminhar para a glória de cada bola que beija as redes adversárias, ultrapassando cada queda no terreno com um sorriso e um cerrar de dentes.