A temporada começou há poucas semanas e com isso reavivou-se o desejo dos açorianos de voltar a ter o CD Santa Clara, de novo, na alta roda do futebol nacional, na Primeira Liga. Mais de 15 anos depois, o clube ainda não conseguiu encontrar o caminho para o regresso à Primeira Liga. Mas esta temporada as esperanças renovaram-se e a subida foi a meta definida por direção, treinador e jogadores.
As últimas temporadas do clube têm sido uma verdadeira montanha russa. Pelo clube têm passado excelentes treinadores, desde: Vítor Pereira, Paulo Sérgio, Filipe Gouveia e mais recentemente Daniel Ramos, que viria depois a afirmar-se no futebol português, ao serviço do Marítimo. No capítulo dos jogadores e apesar de algumas apostas disparatadas, também há destaques, principalmente na última temporada onde o clube conseguiu valorizar vários ativos. O calcanhar de aquiles do clube tem sido a pouca estabilidade conseguida nos últimos anos, desde as mudanças de direção até mesmo às mudanças de direção nos projetos apresentados. Mas agora o caminho parece estar mais esclarecido, depois de vários anos em que o clube esteve encoberto pelas brumas da má gestão financeira e desportiva.
A aposta em fortalecer o plantel, nesta temporada, foi evidente. Manteve-se uma base de jogadores experientes que já pertenciam aos quadros do clube e contrataram-se reforços para zonas nevrálgicas do terreno. Entre os reforços mais sonantes estão Marcelo Oliveira vindo do Moreirense, Fernando Andrade vindo do Penafiel, Minhoca que estava no Paços de Ferreira e Thiago Santana que integrou o plantel do V.Setúbal na última temporada. Quem se manteve também foi Carlos Pinto. O técnico, regressou ao clube na temporada passada, depois de uma curta passagem na temporada de 2014/2015 em que livrou o clube da descida. Em entrevista ao nosso site, o técnico dos açorianos reiterou o objetivo da subida: ” É o nosso objetivo. Mas será difícil. Temos de trabalhar muito”. Questionado sobre a qualidade do plantel, o técnico mostrou-se satisfeito com o grupo de trabalho que tem à disposição, enaltecendo o papel dos capitães do clube.
Para além do importante trabalho semanal que é feito, o treinador destaca a importância de se trabalhar o fator psicológico nestes jogadores que chegam a um meio mais pequeno e explica: “Os jogadores chegam animados por virem para um sitío diferente do que estão acostumados. Mas claro, como é um meio mais pequeno depois acabam por perceber a diferença entre o viver numa ilha e nas grandes metrópoles. Acabam por ficar desanimados”.
A verdade é que a turma açoriana apesar de não ser um dos candidatos mais fortes à subida, tem todos os pergaminhos para o conseguir. Desde o plantel, passando pela estrutura, todos estão mentalizados da importância que esta temporada tem para o futuro do clube, isto numa altura em que o futebol português continua a bipolarizar-se cada vez mais.
Há assim a forte necessidade de que haja clubes na Primeira Liga das mais variadas regiões do país. Devem ser tomados exemplos como o GD Chaves, o V.Guimarães, o Tondela, que mais do que representar uma massa associativa, representam uma região. É importante que os Açores tenham também uma equipa que represente a região. Veremos se será desta que o Santa Clara volta ao principal escalão do futebol português.
Foto de Capa: CD Santa Clara
artigo revisto por: Ana Ferreira