Numa semana em que assistimos a mais uma demonstração clara de superioridade do Dortmund sobre as equipas portuguesas, não podemos deixar de recordar, com saudade, a única equipa lusa que já foi capaz de eliminar os alemães, o Boavista.
Corria a época de 2000/2001, apenas quatro anos após o Borussia ter vencido a única Liga dos Campeões do seu palmarés (aquela final épica de Paulo Sousa!), e os alemães encontraram pela frente a turma de Jaime Pacheco, campeões nacionais em título, num grupo em que também competiam Liverpool e Dínamo de Kyev.
No Bessa, os portugueses venceram por 2-1, com golos do pistoleiro Silva e de Erwin Sanchez, tendo, mais tarde, perdido pelo mesmo resultado no Signal Iduna Park.
Feitas as contas no final, o Boavista seguiu em frente para a segunda fase de grupos, em conjunto com o Liverpool, deixando toda a europa surpreendida, o Boavistão não era para brincadeiras!
Após ter passado pelo inferno ao longo dos últimos 10 anos, o Boavista anunciou na semana passada a pré-inscrição nas competições europeias. Aquilo que parecia uma miragem para a maioria dos entendidos do futebol passou agora a ser uma forte possibilidade e, inclusive, uma certeza de que acontecerá num breve período de tempo.
O mérito, esse tem que ir inteiramente para a estrutura do clube e para a equipa técnica de Miguel Leal, que conseguiram fazer das fraquezas forças, captar e incutir o espírito da pantera nos seus atletas (que este tanto refere nas conferências de imprensa), aliado a uma qualidade futebolística assinalável.
O encontro deste Domingo entre a equipa do Boavista e a quase imbatível equipa do Marítimo era o teste ideal às capacidades da equipa de intromissão pela luta dos lugares europeus.
Com 7 pontos de diferença entre as duas equipas, o Boavista liderado por um Iuri Medeiros endiabrado e com o apoio de Fábio Espinho, dominou por completo a equipa maritimista, levando-a de vencida por três bolas sem resposta.
Miguel Leal acabou o jogo a repetir aquilo que já disse por diversas vezes ao longo das últimas semanas, que a Europa não passa pela cabeça dos jogadores e equipa técnica esta época.
Aos adeptos, pede-se prudência nas exigências. Os objetivos desta época estão alcançados e resta-lhes a tranquilidade de saberem que o regresso à Europa é meramente uma questão de tempo.
Foto de capa: Boavista FC