A estratégia das contratações

    tinta azul em fundo brando pedro nuno silva

    A análise a erros cometidos no passado é crucial em qualquer equipa mas perceber o que correu mal e ajustar o plantel não é tão fácil quanto possa parecer. O Porto apresenta uma estratégia de contratações diferente da do passado, apostando em jogadores emprestados e contratando jogadores experientes com provas dadas. É a busca pelo imediato, pela vitória urgente que teima em não chegar.

    Contratações como Casillas, Maxi, Osvaldo, Cissokho revelam que a o clube procura jogadores com experiência que não precisem de tempo para crescer na Europa. Mesmo Imbula e Danilo Pereira – ainda bastante jovens – já têm experiência suficiente para entrar a titulares (como provavelmente o farão) na equipa portista. Parece-me então que buscamos algo que faltou nas épocas anteriores e que fui referindo várias vezes – responsabilidade. A responsabilidade passa por perceber as consequências da falta de resultados, por ter sentido de jogo sabendo quando e o que fazer e, acima de tudo, não claudicar nos momentos-chave, tal como fizemos na Madeira e em Lisboa na época transata.

    Espero ver então um Porto mais matreiro, sem a ingenuidade que muitas vezes demonstrou. Até ver, parece que vamos ter uma equipa sólida, faltando ainda um criativo para encontrar espaços em estádios onde as defesas serão muralhas. Não vai ser um campeonato fácil e, até final de Agosto, vão fazer-se ainda muitos negócios – principalmente os nossos adversários directos. Mais uma vez apela-se à responsabilidade dos jogadores para encarar todos os jogos como cruciais – os campeonatos ganham-se em Agosto e Setembro quando a perda de pontos parece inconsequente.

    O lado negativo destes negócios tem que ver com o balneário e o retorno financeiro que o Porto poderá ter. Não é fácil lidar com egos grandes; cabe a Lopetegui e aos mais maduros gerir a topo do balneário e apontar para o grande objectivo – vitória jogo a jogo (a curto prazo) e vitória do campeonato (a longo prazo).

    Jogadores na casa dos 30 ou jogadores emprestados não garantem encaixe financeiro como jogadores ainda “por fazer”. Mas a estratégia passa agora pelo sucesso desportivo primeiro e financeiro depois. De resto, ainda há jóias que podem evoluir e mais tarde ser vendidas para garantir os indispensáveis euros. A única dúvida que fica é a percentagem dos passes de alguns jogadores possuída pelos Dragões, já que se tem valido da Doyen para fazer alguns negócios mais dispendiosos. Mas isso são contas para outra altura.

    Os dados estão lançados, a tolerância é zero. Com grande poder vem uma grande responsabilidade e os olhos estão postos em Julen Lopetegui. Os portistas perdoaram uma, certamente não irão perdoar duas!

    Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto

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    Pedro Nuno Silva
    Pedro Nuno Silva
    Portista de corpo e alma desde que se conhece e amante de futebol, quando o assunto é FC Porto luta para que no meio do coração lhe sobre a razão.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.