Sem enganos nem facilitismos, o FC Porto arranca para o campeonato 18/19 com a plena consciência de que a exigência aumentou exponencialmente e que, mais do que nunca, será o principal alvo a abater. Dessa maneira, só resta uma alternativa para uma entrada triunfal neste capítulo: foco total e exigência máxima para que se chegue à primeira pausa das seleções, em setembro, com 12 pontos no bolso.
Nas primeiras quatro jornadas, a equipa de Sérgio Conceição beneficiou da generosidade do sorteio por forma a poder terminar o primeiro sprint na frente da corrida. Nos quatro compromissos até à paragem para as seleções, os dragões jogam três vezes em casa (GD Chaves, Vitória SC e Moreirense FC) e apenas uma vez longe do Dragão, mais concretamente no Jamor, com o CF “Os Belenenses”. Pelo meio, há ainda esse escaldante derby da segunda circular que pode deixar SL Benfica ou Sporting CP, ou até ambos, mais atrasados nesta corrida. Isto claro, partindo do princípio de que os azuis e brancos não entram em facilitismos. Nesta equação não pode deixar de ser tido em conta o SC Braga de Abel Ferreira, cada vez mais com a mira no título e que, à imagem do FC Porto, não deverá conhecer grandes dificuldades nas primeiras quatro rondas.
Mas de nada vale pensar muito à frente se não se for capaz de entrar na competição oficial com o pé direito, que é como quem diz, vencendo o GD Chaves. Pois bem, esta nova versão dos valentes transmontanos permanece ainda uma incógnita depois da briosa e muito satisfatória campanha do ano passado, então com Luís Castro ao leme, entretanto transferido para Guimarães. Precisamente para fazer face a essa saída, a Chaves chegou um Daniel Ramos bastante credenciado pelas boas ideias que implementara em Famalicão, primeiro e, mais recentemente, na Madeira ao serviço do Marítimo. Em matéria de transferências, o clube viu sair, para além do seu timoneiro, duas peças importantes da época passada como Matheus Pereira, João Patrão e Davidson. Em sentido inverso, destacam-se as entradas de jogadores como Marcão, Luís Martins, Avto, João Teixeira, Ghazaryan ou Bruno Gallo. Da pré-época salta à vista uma aparente incapacidade goleadora que Daniel Ramos estará por esta altura a tentar afinar. O GD Chaves marcou três golos e sofreu cinco em sete partidas disputadas, nas quais conseguiu duas vitórias (Chaves B e Tondela, ambas por 1-0), dois empates (Feirense e Sp. Gijón, ambos 0-0) e três derrotas ( SC Braga, SC Braga B e Rio Aves, 0-1, 0-2 e 1-2, respetivamente). Pelos meio disputou o primeiro jogo oficial, para a Allianz Cup (Taça da Liga), contra o Arouca e do qual resultou novo nulo, com vitória nas grandes penalidades.
Se a ausência de produtividade atacante parece uma evidência, não menos factual é a capacidade defensiva da equipa, que Daniel Ramos espera certamente transportar para o jogo deste sábado no Estádio do Dragão. Cabe ao FC Porto encontrar os meios necessários para contornar esse desafio. A espera acabou, finalmente.
Foto de Capa: FC Porto
artigo revisto por: Ana Ferreira