No rescaldo de uma intensa e decisiva semana azul e branca sobram o passo de gigante na luta pelo título dado com a vitória na Luz e a dolorosa eliminação da Taça de Portugal, em Alvalade, numa prova em que os portistas depositavam grandes esperanças. Pelo meio, tempo e oportunidade para as habituais histerias dos doutorados em treino de bancada. Perdoa-lhes, Sérgio, porque não sabem o que dizem!
A ambição dos treinadores mede-se – fiquei a saber – pela conquista, ou não, de vitórias. Defender uma vantagem demonstra, inequivocamente, falta de ambição ou, portuguesmente falando, ‘cagaço’. Rui Vitória ficou com a fama no domingo e Sérgio Conceição não se livrou dela na última quarta-feira. Com a equipa de rastos e a cinco minutos de conseguir um bilhete para o Jamor, na casa de um Sporting CP forte e empurrado pela energia do seu público e que, imagine-se, corria atrás do prejuízo, os arautos do conhecimento técnico-desportivo gostariam certamente de ter visto o FC Porto em cima do seu adversário, a pressionar como se estivéssemos em agosto e a desenvolver constantes jogadas de perigo. Resumindo, estas espécies raras julgavam que do outro lado estava o Carcavelinhos da Apúlia e que, vai daí, caberia a Sérgio Conceição a simples tarefa de remeter o Sporting CP, no seu estádio, ao seu meio campo sem o deixar sequer jogar.
A (não) opção por Marega também mereceu os mais variadíssimos reparos por parte dos reis do ‘bitaiterismo’. Para esses, profundos conhecedores da realidade interna do plantel e da condição física e psicológica dos jogadores, Sérgio falhou em toda a linha nas substituições (porque, pasme-se, optou por refrescar apenas e nunca por mudar o sistema) e por não ter lançado o maliano que, certamente, colocaria o Sporting CP em sentido. O facto de o jogador vir de uma lesão complicada de um mês e meio e de já ter sido exposto ao risco de uma recaída no jogo da Luz não interessaria para nada, o importante era atacar e manter a equipa na frente e nunca defender uma vantagem preciosa que valeria a presença no Jamor. A infelicidade de Marcano ditou que esta pequena amostra de comentaristas tivesse oportunidade de se manifestar, porque do lado de fora as facilidades são outras e o erro, esse, não existe. Pobres coitados!
Segue-se o Vitória FC, uma equipa que sacou um empate no Dragão na última época. Aliás, os próximos três jogos acabaram com divisões de pontos em 2016/17, que se revelaram determinantes no segundo lugar que Nuno Espírito Santo não conseguiu evitar. É, pois, de capital importância apelar a um último esforço dos jogadores nesta reta final que pode/tem de trazer o título tão desejado. As armadilhas estarão, certamente, estrategicamente bem montadas, pelo que só um FC Porto forte, intenso e avassalador logo desde o primeiro minuto dos encontros as poderá debelar.
Foto de Capa: FC Porto
Artigo revisto por: Jorge Neves