Torna-se incontornável, no universo portista, falar de Diogo Jota. É o homem do momento ao ter apontado um hat-trick frente ao Nacional da Madeira tendo o Porto efetuado a melhor exibição da época 2016/2017.
Mas falemos do herói encarnado num menino de 19 anos de ar tímido e pacato de seu nome. Nascido na freguesia de Massarelos, bem no coração da cidade Invicta, deu os seus primeiros passos nos escalões de formação do Gondomar na época 2005/2006 tendo estado em terras gondomarenses até 2013/2014 quando se desloca para Paços de Ferreira, fazendo na época seguinte a sua estreia no escalão principal do futebol português realizando 10 jogos e apontando 2 golos. Bons números para um menino de 17 anos a fazer a sua estreia no Campeonato português.
No entanto, Diogo José Teixeira da Silva guardou o melhor para a época 2015/2016 onde apontou 12 golos no campeonato. E todos sabemos que é diferente marcar 12 golos no Porto, que joga maioritariamente ao ataque, sempre com posse de bola e iniciativa de jogo e tendo melhores executantes tecnicamente do que marcar no Paços de Ferreira (sem retirar qualquer mérito a esta equipa, sempre combativa, competitiva e a apresentar bom futebol ao longo das épocas) e ressalvando também que Diogo Jota ser um extremo e não um ponta-de-lança.
Agora perguntamo-nos…onde andou a prospeção do Porto na época passada? O presidente Pinto da Costa referiu que a pré-época começaria em Abril e então fica no ar a dúvida: será que Diogo Jota, um miúdo do Norte, com 12 golos marcados no campeonato com a tenra idade de 18 anos, não tinha qualidade para ser comprado pelo Porto? Infelizmente, um talento do futebol nacional deslocou-se para a capital de Espanha para representar o Atlético de Madrid, orientado por “Cholo” Simeone. Pinto da Costa referiu, numa entrevista no dia 28 de Agosto de 2016 que «Há dois anos, o Diogo Jota esteve quase para vir para o FC Porto e agora surgiu essa oportunidade». Infelizmente esse negócio não se concretizou, mas, neste momento, o Porto tem o mal menor visto que, analisando bem os factos, estamos a valorizar um jogador do qual não detemos nenhuma mais-valia económica, mas, em termos desportivos, faz todo o sentido ter um jogador destes que, peca por tardio, no onze titular do Porto.
Diogo Jota teria lugar no onze titular do Porto em qualquer circunstância visto que Brahimi tinha realizado uma má época e a SAD tinha decidido coloca-lo à venda e não havia um substituto com a qualidade do argelino e Diogo Jota tem esse virtuosismo e acrescenta verticalidade na hora de enfrentar o oponente e dirigir-se à baliza adversária.
Analisando o jogo da Choupana, o primeiro golo nasce de uma bela jogada ofensiva com uma tabela de Herrera para Diogo Jota que finaliza com muita calma após aguentar a carga do defesa do Nacional, de pé esquerdo aos 11 minutos. À passagem do minuto 38’ Diogo Jota, isolado por André Silva, finaliza novamente de pé esquerdo, com muita classe a fazer passar a bola por cima do guarda-redes Rui Silva. No minuto 44’ finalizaria um belo cruzamento feito por Layun, ao segundo poste estando completo o seu primeiro hattrick com a camisola do Porto, feito na primeira parte e deixando água na boca para todos os portistas para o futuro que aí vem e que se avizinha difícil. Diogo Jota apresenta mobilidade, técnica, movimentações inteligentes e faro de golo, que não é comum de encontrar em jogadores não tão presentes na grande área.
Diogo Jota é um elemento que irá, certamente, ser uma grande ajuda e que será um jogador fulcral nesta época desportiva dos comandados de Nuno Espírito Santo. Deixo uma frase que sintetiza a vontade de vencer e o que o Porto deve fazer durante esta época para almejar voltar aos títulos: “As grandes equipas não podem perder duas vezes [seguidas]. Estavámos com vontade de vencer a dobrar e não demos hipótese ao adversário”.
Foto de capa: Facebook Oficial de Diogo Jota