É meio-golo…

    dragaoaopeito

    Lembro-me de ouvir esta expressão desde pequeno quando uma assistência era tão boa e bem direccionada que equivalia realmente a 50% de um golo. Todos os misters mo diziam; todos os comentadores o dizem actualmente em relatos de jogos. O Porto tem mil e um problemas, mas tem sido cada vez mais notória a dificuldade que há em completar os 50% das jogadas perigosas – a finalização.

    O passado jogo contra o Sporting mostrou mais uma vez os problemas que o Porto tem para marcar golos. Jackson está em má forma deste Setembro; Varela continua a ser o trapalhão do costume; todos os outros ou não têm a coragem para rematar à baliza, ou não têm o talento para fazer a bola chegar ao fundo das redes; apenas uma excepção: Ricardo Quaresma. A primeira parte do Mustang em Alvalade lembrou o seu passado dourado na equipa e, se não fosse o seu trabalho, estou certo de que a equipa de Luís Castro teria criado apenas um lance perigoso.

    É Quaresma, tal como no passado, que acaba por fazer tudo…  Fonte: http://www.fcportoonline.com/
    É Quaresma, tal como no passado, que acaba por fazer tudo…
    Fonte: http://www.fcportoonline.com/

    O Porto tem uma média de 1,87 golos na 1ª Liga e um total de 43 golos. Se compararmos com os adversários mais directos (correcção, com os outros 2 grandes, já que neste momento o Estoril está mais perto do 3º lugar que o Porto do 2º), Benfica tem mais um golo e Sporting apresenta o mesmo número de golos marcados. Aparentemente, e se analisarmos apenas este indicador, não existe qualquer problema, mas quem vê os jogos do Porto não sente o mesmo. De facto, custa culpabilizar qualquer que seja o treinador por esta realidade. Mas quem devemos culpar? Jackson? Afinal ele é o melhor marcador da 1ª Liga, com 15 golos (média de 0,65 por jogo)…

    O problema da finalização não se resolve com a mudança de um triângulo, nem se resolve com a mudança de um treinador. Poder-se-ia, eventualmente, resolver com a troca de jogadores na frente de ataque, mas essa nunca foi uma solução este ano. Afinal, quem ousaria pôr o melhor marcador da equipa no banco? Só mesmo alguém como Leonardo Jardim, que age consoante a melhor ou a pior forma dos seus jogadores – e por isso mesmo volto a elogiar o treinador do Sporting, cuja aposta em Slimani se tem vindo a provar essencial nos últimos jogos da sua equipa.

    Não me cabe a mim dar uma solução para este problema porque honestamente não a sei a dar. Sei que Quaresma dá meios-golos, sei que Danilo e Alex Sandro também o fazem constantemente, mas quem é que faz o resto? Há mais algum avançado no banco? Por acaso até há, e até tem sido decisivo em vários jogos, mas, tal como nos últimos anos do Dragão, a chata tradição de o segundo avançado nunca sair do banco até aos 85 minutos ou em jogos da Taça da Liga parece continuar…

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    Telmo Esteves
    Telmo Esteves
    “Lisboa tem mais encanto pintada de azul branco”, o lema de qualquer portista de Lisboa que se preze. Em 22 anos, não me cansei de festejar. Com o Dragão longe mas sempre no coração, é demasiado fácil ser campeão.                                                                                                                                                 O Telmo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.