FC Porto 2-0 Vitória FC: Quando é preciso apertar a sério…

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    Missão cumprida: o FC Porto sai de cena para entrarem as seleções com a certeza de se manter, no máximo, a cinco pontos de distância do líder Sporting. O Vitória de Setúbal, adversário tradicionalmente apetecível para os azuis e brancos, foi tudo menos isso, desta feita. Mas muito por culpa própria dos anfitriões.

    Julen Lopetegui surpreendeu ao manter Evandro no onze titular e apostar, simultaneamente, em Danilo Pereira e Rúben Neves, relegando André para o banco, num meio-campo de registo mais defensivo do que seria de esperar. Já o Vitória, caraterizado esta temporada por uma matriz de futebol ofensivo e atrativo, denunciou a sua postura a partir da equipa escalada por Quim Machado: dois avançados, André Claro e Suk, além de um miolo com apenas um médio-defensivo de raiz, Fábio Pacheco.

    O FC Porto não entrou mal no jogo, com Layún e Tello a chamarem a si o protagonismo na fase inicial. Diagonais que confundiram as marcações da defensiva setubalense e boa presença na área, por intermédio de Aboubakar. No entanto, essa atitude seria sol de pouca dura. Os sadinos mostraram-se fiéis ao seu estilo e não se fecharam nos últimos 35 metros.

    Naturalmente, abriram-se alguns espaços para os ‘dragões’, mas que estes não souberam aproveitar, e o nulo ao intervalo foi a prova disso mesmo. Poderá mesmo falar-se de um Porto habitual: muita posse de bola, pouca objetividade. Apesar de algumas oportunidades terem sido construídas através de boas variações de flanco, a equipa denotou alguma dificuldade em sair rapidamente para o ataque. Danilo e Evandro retiveram muito a bola e deram tempo ao Vitória para se reorganizar.

    Uma primeira parte com sinal mais para Layún, que imprimiu alguma velocidade à ala esquerda e foi capaz de fletir muito bem para o meio. Tello e Brahimi estiveram bem, apesar de pouco exuberantes, assim como Maxi, muito ofensivo e a procurar combinações constantes. O capitão Rúben Neves não esteve tão certo como o normal, e acabou por ser o primeiro sacrificado por Lopetegui, que, ao intervalo, o tirou para colocar André André. Deu para ver um Vitória organizado a defender, e a procurar atacar até aos 25 minutos de jogo. Atitude positiva dos homens do Sado.

    Miguel Layún foi o melhor em campo, com um golo e uma assistência. Fonte: FC Porto
    Miguel Layún foi o melhor em campo, com um golo e uma assistência.
    Fonte: FC Porto

    A etapa complementar acabou por mostrar um FC Porto mais acutilante e objetivo, precisamente aquilo que faltou no primeiro tempo. Com André a patrulhar o meio-campo, a equipa ganhou desenvoltura e simplicidade de processos, chegando mais fácil e rapidamente à grande área dos setubalenses.

    Já com Osvaldo em campo, foi Aboubakar a desatar, com naturalidade, o nó apertado que o Vitória insistiu em criar. No entanto, com o aperto portista, a organização defensiva da teia de Quim Machado acabou por ruir. Pouco depois, Layún, que já havia assistido o camaronês (destaque para esta parceria: o mexicano volta a ‘Abou’), fixou o resultado final.

    Um FC Porto que acabou por pressionar mais e encontrar a verticalidade que lhe faltava quando viu o tempo a fugir e a ameaça do empate a pairar. Ainda não chegou para tranquilizar os adeptos: o ‘tiki-taka’ de Lopetegui ainda suscita dúvidas e, para adversários de maior valia, continua a não oferecer garantias prévias. As boas exibições de Layún, Maxi, Tello e André disfarçaram as lacunas de um Porto que ainda tem de crescer muito, mas que chegou para um Vitória de Setúbal positivo, que promete coisas boas para esta época.

    A Figura:

    Miguel Layún – Após a estreia a marcar pelos ‘dragões’ frente ao Maccabi, mais um golo e uma assistência. Muito certinho e fiável, é rápido e flete bem para o meio. Um lateral muito completo e competitivo, cada vez em melhor forma. Indiscutível e já indispensável.

    Os Fora-de-Jogo:

    Evandro e Rúben Neves – Gosto de ambos os médios, particularmente de Rúben, mas hoje estiveram em dia “não”. Evandro não foi capaz de dar muita fluidez ao jogo portista e a objetividade da equipa ressentiu-se com isso. Já o jovem capitão ficou condicionado pelo cartão amarelo que viu aos 10 minutos, e, se ofensivamente nem esteve mal, falhou alguns passes e, talvez por receio de ver a segunda cartolina, foi algo permeável a pressionar os jogadores do adversário.

    Foto de Capa: FC Porto

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    Francisco Sebe
    Francisco Sebehttp://www.bolanarede.pt
    "Acordou" para o desporto-rei quando viu o FC Porto golear a Lazio, no dilúvio das Antas. Análises táticas e desportivismo são com ele, mas o amor pelo azul e branco minimiza tudo o resto.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.