FC Porto 5-0 Estoril: O condão de Harry Potter

    Pronúncia do Norte

    Um jogo de sentido único – assim se pode sintetizar aquilo a que 29.230 espectadores assistiram hoje no Dragão. Após os desaires na Madeira – o empate contra o Nacional para o campeonato e a eliminação da Taça da Liga pelo Marítimo -, os pupilos de Lopetegui não podiam dar-se ao luxo de claudicar. E assim aconteceu – o FC Porto marcou cinco golos e geriu o jogo; o Estoril fez zero remates (a SportTV conseguiu contabilizar um, eu não) e só chegou ao primeiro canto nos descontos de tempo. É este o espelho de noventa minutos.

    O FC Porto começou por cima. Não de rompante, que o Estoril até jogou com três centrais nos primeiros 5/10 minutos e o FC Porto até atacou de forma relativamente lenta e previsível no início do jogo, mas por cima. Bailando sobre a defesa dentro da área, foi Brahimi o primeiro a dar um chuto na monotonia – um chuto que ia dando o primeiro da partida, não fosse Vagner a fazer a mancha -, estavam decorridos 15 minutos.

    Uns quantos ataques mais tarde, Quaresma começou a abrir definitivamente o livro: “partiu” Ruben Fernandes, levou o lateral esquerdo do Estoril a recorrer à “tesourada” para o travar à entrada da área e o árbitro a mostrar a este último um cartão amarelo que o condicionaria no resto da partida. É que, depois disso, Quaresma fez o que quis. Só na primeira parte: fintas com fartura, um ou outro centro disparatado e… duas assistências para golo. Ao intervalo, 2-0. Óliver (30′) e Aboubakar (45′) só tiveram de encostar para o fundo das redes dois cruzamentos praticamente iguais, ao segundo poste.

    No regresso dos balneários, mais Harry Potter. Desta vez não assistiu, mas marcou – primeiro convertendo um penalty inexistente sobre Brahimi (não há dúvidas em relação à existência de falta, poucas dúvidas restarão de que ela é cometida fora da grande área), depois batendo o guarda-redes canarinho no um para um e atirando para fixar o marcador nos 5-0 (embora pareça ter havido uma falta na recuperação de bola). Pelo meio, o melhor de todos os golos: Danilo recebeu sobre a direita, tabelou com Hernâni à procura do espaço interior, entregou a Aboubakar e o camaronês usou o calcanhar para servir o capitão portista: olhando para o lado, qual Ronaldinho, Danilo finalizou com classe.

    No duelo de capitães brasileiros, o lateral portista levou a melhor  Fonte: Facebook do FC Porto
    No duelo de capitães brasileiros, o lateral portista levou a melhor
    Fonte: Facebook do FC Porto

    Sem deslumbrar, o FC Porto voltou às vitórias e cumpriu a sua obrigação. Não permitiu veleidades ao adversário; dominou, controlou e geriu a partida. Aboubakar voltou a marcar (até agora, marcou sempre que foi titular no Dragão), os jovens Ruben Neves, Hernâni e Quintero tiveram mais minutos, Herrera e Óliver puderam descansar, o Harry Potter impôs um Avada Kedavra a um Estoril debilitado. O próximo duelo é no Estádio dos Arcos, em Vila do Conde, e o Rio Ave já provou na última jornada que é uma equipa venenosa – é imperial triunfar no último compromisso antes dos quartos-de-final da Liga dos Campeões para mostrar que os fantasmas da Madeira já lá vão!

    A Figura

    Ricardo Quaresma – toda a defesa fez um jogo irrepreensível (e tranquilo), Óliver espalhou classe e Brahimi teve alguns fogachos, mas não há como não nomear Ricardo Quaresma o melhor da partida – dois golos, duas assistências e a atitude certa.

    O Fora-de-Jogo

    Hernâni – só porque ninguém esteve particularmente mal e o extremo português mostrou demasiado nervosismo, decidindo quase sempre mal ao longo da meia hora que jogou na segunda parte.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Francisco Manuel Reis
    Francisco Manuel Reishttp://www.bolanarede.pt
    Apaixonado pela escrita, o Francisco é um verdadeiro viciado em desporto. O seu passatempo favorito é ver e discutir futebol e adora vestir a pele de treinador de bancada.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.