Num Estádio do Dragão sem casa cheia mas com uma moldura humana assinalável (48.329 espetadores) teve lugar o primeiro “clássico” da segunda volta da Liga NOS 2016/17. No final a vitória sorriu ao FC Porto, mas o resultado parece algo inglório tendo em conta aquilo que o Sporting CP produziu dentro das quatro linhas.
No 11 inicial Nuno Espírito Santo apostou, desde logo, na inclusão de ‘Tiquinho’ Soares no lugar que tem vindo a ser ocupado por Diogo Jota. A opção parecia algo questionável considerando que este se tratava do primeiro jogo de Soares a este nível e que Jota, pela velocidade com que conduz a bola e pela sua capacidade ao nível da tomada de decisão, se trata de um futebolista muito importante na manobra ofensiva dos azuis e brancos. Por outro lado o treinador portista optou por uma estrutura destemida, assente num 4-1-3-2 bem declarado no qual se destacava, pela positiva, a presença na equipa dos desequilibradores Corona e Brahimi. Igualmente surpreendente foi a exclusão de Otávio e, sobretudo, de Miguel Layún da lista de convocados, tendo as laterais ficado entregues a Maxi Pereira e Alex Telles.
Já do lado do Sporting CP Jorge Jesus surpreendeu com a inclusão de Matheus Pereira no 11 inicial, jogador que até ao momento somava apenas um minuto de jogo na Liga NOS. Apesar de se tratar, inegavelmente, de um futebolista talentoso, a sua exibição denotou a falta de estímulos no que se refere a jogos deste nível competitivo. Pela negativa destacou-se, igualmente, a ausência da equipa inicial de Alan Ruiz, o único futebolista que parece capaz de procurar espaços interiores no ataque do Sporting CP e que tende a não procurar sistematicamente a opção Gelson Martins para resolver todos os problemas. Suspenso devido a acumulação de cartões amarelos, William Carvalho cedeu o seu lugar ao jovem João Palhinha.
Quando as equipas estavam ainda a estudar-se mutuamente surgiu o primeiro erro do jogo e, consequentemente, o primeiro golo do FC Porto. Tanto Coates como Palhinha demoraram a alinhar o seu posicionamento com o de Rúben Semedo e, quando o fizeram, foi já demasiado tarde. Palhinha acabou por permitir a Soares aparecer sem oposição na cara de Rui Patrício e este, com frieza, colocou a bola no fundo das redes. Curiosamente o golo surgiu num erro ao nível do controlo da profundidade, aspeto no qual as equipas treinadas por Jorge Jesus tendem a ser quase perfeitas.
Foto de Capa: FC Porto