Ao olhar para o plantel do FC Porto na atualidade e, sobretudo, ao analisar os futebolistas que atuam do meio-campo para a frente é improvável, para o mais desatento dos adeptos, não vislumbrar talento acima da média. Assim, Rúben Neves, Óliver Torres, Otávio, João Carlos Teixeira, Jesús Corona, Diogo Jota e André Silva são apenas exemplos de alguns dos mais promissores futebolistas a atuar presentemente na Europa que integram o plantel do clube.
Com tanta qualidade do meio-campo para a frente é legítimo que se coloque a questão: assim sendo, como pode explicar-se a inconsistência exibicional e os períodos nos quais o FC Porto apresenta dificuldades significativas para chegar ao golo? Apesar de a equipa não ter um modelo de jogo muito interessante nem sequer bem consolidado, essa parece não ser a principal justificação para essas mesmas dificuldades. Assim, a chave para esta (complexa) “equação” parece residir, essencialmente, na imaturidade emocional dos futebolistas.
A maturidade é, por definição, a capacidade de dar resposta ao ambiente de forma adequada. No amplo conceito de “maturidade” cabem diversas dimensões, sendo que no futebol existem duas que parecem assumir particular relevância: a maturidade tática e a maturidade emocional. Se por um lado é certo que a maioria dos futebolistas em questão revela níveis de maturidade tática, entenda-se, de compreensão do jogo e tomada de decisão em função do contexto acima da média (com o expoente máximo em Óliver Torres), por outro lado estes parecem apresentar ainda algumas dificuldades no que concerne ao controlo da vertente mais emocional do jogo.
Foto de Capa: FC Porto