Não deitar fora o bebé juntamente com a água do banho

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    Admito que não é fácil escrevê-lo, mas, na minha opinião, nesta época tivemos um FC Porto diferente dos que nos foram oferecidos nas três anteriores. No futebol o que conta são os resultados e, por isso mesmo, este grupo de trabalho vai direitinho para o saco daqueles que em quatro temporadas venceram apenas uma Supertaça, mas quem está ao comando do clube não pode pensar assim.

    Depois de três épocas de plantéis de profissionalismo duvidoso, pelo menos a espaços, compostos de forma deficiente, tanto em alternativas como em qualidade, a SAD decidiu dar a Nuno Espírito Santo (NES) a tarefa de construir uma equipa à Porto. Começa o quarto “ano zero” consecutivo. No final do mercado de Verão Luís Gonçalves assumiu o cargo deixado em aberto pela saída de Antero Henrique e, durante o mês de Janeiro foi-nos possível ver um pouco do que estará para vir: um FC Porto mais assertivo nas mexidas do plantel. Recorde-se que NES “perdeu” vários elementos do grupo de trabalho, mas ganhou Soares que ainda fez a nação portista sonhar com o primeiro lugar.

    Fonte: FC Porto
    Fonte: FC Porto

    É evidente que esta equipa, assim como qualquer outra, tem lacunas e defeitos, mas não creio que tenha sido a qualidade do futebol que fez a balança pender para o lado vermelho. Os constantes erros de arbitragem penalizaram o FC Porto a um ritmo avassalador que só era comparável àquele a que o Benfica era beneficiado. Foram jornadas atrás de jornadas a inclinar campos e a pressionar mentalmente una equipa portista já pressionada pelo fantasma das três épocas anteriores. O clube tudo fez para denunciar a situação e, finalmente, voltou a adoptar uma politica de comunicação activa e agressiva que, espero, está para ficar.

    Quanto a NES, creio ter feito mais do que suficiente para levar o FC Porto ao título, mas não me parece ser o tipo de treinador que o clube precisa. Com isto não quero dizer que deve sair a qualquer custo. Esse foi um dos grandes erros do FC Porto no passado recente: deixar sair um treinador sem haver garantias de contratar um melhor. Começou com a saída de Vítor Pereira e dura até ao dia de hoje. Por isso, torna-se urgente perceber se existe a possibilidade de contratar alguém com provas dadas e, em caso positivo, fechar o contrato rapidamente para que este possa começar a preparar 2017/2018 com Luís Gonçalves. Caso contrário, que se mantenha NES: o FC Porto não pode ter outro ano zero.

    Certo é que após tanta ajuda, o Benfica deverá sagrar-se campeão neste dia 13 de Maio, no mesmo dia em que o Papa visita Fátima. Pena que Amália Rodrigues já não esteja entre nós, faltava uma noite de fados à moda antiga para que este sábado se tornasse na linda homenagem ao Estado Novo. Haveria melhor maneira de encerrar a Liga Salazar?

    Foto de Capa: FC Porto

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    Rui Sousa
    Rui Sousa
    Amante de futebol e Dragão desde sempre, faz do FC Porto um amigo de todas as ocasiões. Como qualquer portista que se preze, defende o Brasão Abençoado com unhas e dentes sempre que necessário.                                                                                                                                                 O Rui não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.