O Campeão Voltou!

    Passou o fim de semana e agora, três dias depois, é possível olhar com alguma distância para o feito alcançado. O FC Porto é Campeão Nacional! Os festejos começaram sábado, após o derby entre Sporting CP e SL Benfica, mas domingo foi o dia das emoções fortes, com o Dragão a ser o palco de todas as celebrações.

    Depois de quatro anos afastados das conquistas, os adeptos do FC Porto ansiavam pelo momento de voltar à rua e, com o grito audaz da sua ardente voz, gritarem “Porto campeão”! E no domingo, logo desde cedo, as ruas da invicta começaram a pintar-se de azul e branco. Com o título confirmado, o jogo dessa noite com o CD Feirense não assumia nenhum risco para a equipa, ainda assim, a lotação esgotada fazia prever que dificilmente a vitória iria escapar, tal era a motivação vinda de ambas as partes.

    Pelos arredores do Dragão, o aparato normal de dia de jogo era visível: as bancas de venda de cachecóis e material alusivo ao clube, bem como as de comida e bebida. Mas, para além disso, havia uma estrutura que dava sinais da festa que se esperava. A ligar uma das entradas do estádio até ao topo do cogumelo, no espaço exterior, estava um corredor decorado com as cores do clube, corredor esse por onde os jogadores haviam de passar, mais tarde, nessa noite.

    Vestidos a rigor com camisolas da equipa e adereços vários, os adeptos foram tomando conta da Alameda. Durante toda a tarde e até à abertura das portas do estádio, milhares de pessoas iam-se aglomerando em pontos estratégicos: ou junto ao DJ de serviço, que animava os presentes com músicas de apoio ao clube, ou junto da loja e museu, ou até junto ao local de chegada dos autocarros das equipas. Era fácil perceber que nem todos os presentes tinham bilhete para o jogo mas, no final de contas, a noite seria de festa e ninguém queria perder esse momento.

    As mais de 50.000 pessoas que conseguiram o “bilhete mágico” pintaram uma das molduras mais arrepiantes da época no Dragão. Eram 50.000 a gritar e a saltar antes, durante e depois do jogo. 50.000 a elevar bem alto os cachecóis no momento de cantar o hino do clube e de saudar os campeões aquando da sua entrada em campo. Se o cansaço era visível nas caras de algumas delas, a vontade de celebrar era ainda maior e a comunhão entre todos, incluindo jogadores e equipa técnica, deixou bem claro que este “mar azul” não só veio para ficar, como teve um papel de elevada importância ao longo do ano.

    A última “roda” do ano, no Dragão, foi um dos momentos da noite no relvado
    Fonte: Bola na Rede

    Todos queriam a vitória naquele jogo, gritar golo pelo menos mais uma vez em casa, na fortaleza azul e branca. Mas mais do que isso, todos ansiavam pelo apito final e pela entrega da merecida Taça, pelo momento da consagração. Um a um, os jogadores foram chamados ao palco colocado no centro do campo e foi clara a gratidão para com alguns nomes em particular: Casillas, Alex Telles, Herrera e, claro está, Marega e Sérgio Conceição. Sem esquecer a importância de cada um, a multidão não esqueceu que Marega foi decisivo e contrariou toda a desconfiança que havia em torno dele! E não esqueceu o papel decisivo de um treinador que vive o clube como um adepto, o papel fundamental de um Sérgio com garra e ambição, capaz de acreditar em cada jogador seu mas, sobretudo, de os fazer acreditar a eles no seu valor e importância.

    No momento em que a taça passou para as mãos do capitão Herrera, eram 50.000 pessoas dentro do estádio e muitos milhares do lado de fora, que através de um ecrã gigante acompanhavam a cerimónia, a gritar como um só. Era a reunião perfeita entre todas as partes que, contra tudo e contra todos, chegavam vitoriosas ao final. Na Alameda, era missão quase impossível ver o chão e perceber como iriam ali caber os adeptos que iam deixando o Dragão para se juntarem aos festejos. Mas couberam! E foi festa a noite inteira!

    A noite foi de consagração, mas os festejos não ficaram por ali! Sábado é dia de Aliados e recepção na Câmara Municipal do Porto, algo que não acontecia há vários anos. Depois de quatro épocas afastados dos títulos, é hora de celebrar o regresso do Campeão!

    Foto de Capa: Bola na Rede

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Joana Quintas
    Joana Quintashttp://www.bolanarede.pt
    O gosto pela escrita e a paixão pelo desporto, particularmente pelo futebol, tornaram claro que o jornalismo desportivo seria o caminho a seguir. A Joana é licenciada em Ciências da Comunicação, gosta de estar atenta ao que a rodeia e tem, por norma, sempre uma palavra a dizer sobre tudo.                                                                                                                                                 A Joana não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.