A janela de transferências encerrou à meia noite da passada quinta feira e, com isso, o prazo para o FC Porto inscrever novos jogadores (exceptuando jogadores sem clube) chegou, igualmente, ao fim.
Estes dois meses de mercado trazem à tona três conclusões ou confirmações principais: 1. A situação financeira do clube é, ao que parece, bem mais preocupante do que se pensava. 2. O FC Porto tinha, nos seus quadros, um conjuntos de jogadores de enorme qualidade que estavam a ser desaproveitados. 3. O FC Porto parte para a nova época com um plantel substancialmente mais carenciado do que o dos dois rivais de Lisboa.
Foi um período de mercado que terá ficado aquém das expectativas dos portistas mas que acaba por ser um mal menor quando se verifica que a espinha dorsal da equipa que terminou a época 16/17 se mantém no seu essencial. Não foi preciso ou não terá sido possível chegar aos tais 100M€ em vendas, relevando-se apenas as alienações dos passes de André Silva (38M€), Rúben Neves (18M€) e Bruno Martins Indi (8M€), sendo que apenas o jovem ponta de lança português era um titular da equipa e que o central holandês nem sequer fazia parte do plantel que esteve às ordens de Nuno Espírito Santo.
Quanto a entradas e como tem sido badalado um pouco por toda a opinião pública e publicada regista-se somente a chegada de Vaná Alves (guarda-redes oriundo do Feirense) que terá custado qualquer coisa como 1M€ e a inscrição de alguns jovens desconhecidos para a generalidade dos adeptos e que deverão alinhar pela equipa B. Assim o principal e melhor reforço do clube terá sido mesmo Sérgio Conceição.
Retomando as conclusões abordadas no começo do presente artigo, começa a parecer evidente que a SAD portista vive, atualmente, com a corda no pescoço e sem qualquer tipo de margem de manobra e capacidade negocial no mercado. É público que Sérgio Conceição esperava a chegada de novos jogadores (prioridade dada a um avançado e a um médio) e que a administração do clube batalhou, sem sucesso, até aos últimos minutos de dia 31 para oferecer ao treinador, pelo menos, um jogador do seu agrado. Todas as ofertas foram recusadas e a contenção imperou na hora de chegar a outros valores. Uns chamar-lhe-ão gestão responsável, outros, mais atentos, olharão para tal facto como consequência primordial de uma gestão irresponsável e danosa.
Mas não é hora de dividir, é tempo de convergir e unir esforços. O treinador e os adeptos terão que se contentar com um leque de jogadores que é rico em qualidade mas pobre em quantidade. Parece, a menos que alguns jogadores se revelem, esta época, bem acima do esperado, um plantel substancialmente mais curto do que o dos principais rivais, sendo que, no entanto, contém um conjunto de jogadores, nomeadamente os onze mais utilizados (com Soares no lugar de Marega), com enorme categoria e, possivelmente, suficiente para consumo interno.
Portanto, as questões física e disciplinar desempenharão, a meu ver, um papel decisivo na época do FC Porto e deverão ser geridas com pinças pelo corpo técnico.
Por fim, ressalvar o meritório trabalho da SAD na redução de custos e da massa salarial com a rescisão de contrato com mais de 15 atletas e os regressos de alguns emprestados, com Aboubakar, Marega, Hernâni ou Diego Reyes à cabeça, que prometem vir a ser tremendamente úteis no desenrolar da época desportiva.
Findo o mercado, segue-se uma longa, exigente e fundamental época desportiva e, como tal, não quero deixar de concluir este artigo de balanço do mesmo com um apelo à união e competência de todos os envolvidos no dia-a-dia do clube para que possamos, finalmente, estar na Avenida dos Aliados, na Alameda do Dragão e um pouco por todo o mundo a festejar o tão ambicionado título de campeão nacional.
Foto de Capa: FC Porto
Artigo revisto por: Pedro Couto