Depois de um mês de janeiro terrível e com muitas mudanças o FC Porto definiu o plantel que vai usar para atacar as frentes que ainda estão em jogo: o Campeonato, a Taça de Portugal e a Liga Europa.
Todos os grandes mexeram nos seus planteis para corrigir algumas carências que foram sentidas dentro das quatro linhas e também para preparar a próxima época. Do lado azul e branco entraram Marega, Suk e José Sá. A pergunta que me passou pela cabeça quando o Porto oficializou estas contratações foi: “Mas o que é isto?”. Não quero desvalorizar a grande primeira volta que Suk fez no Vitória de Setúbal ou a qualidade de Marega, mas estas entradas são repetições de algumas contratações pouco bem-sucedidas que a SAD do clube nortenho fez nos últimos anos e que acabaram em empréstimos ou em fracassos, tais como os casos de Kléber, Guilas ou Licá.
Já deu para perceber que Aboubakar não é tão afinado como Jackson (maldito Guangzhou) e nem o adepto mais otimista consegue dizer que Suk ou Marega sejam apostas seguras para fazer abanar as redes adversárias. Já sobre a aposta em André Silva já deu para perceber que o jovem internacional português não vai ser alternativa no Dragão e vai continuar a desempenhar (e bem) o seu papel na grande época que o Porto B de Luís Castro está a fazer. Então com que alternativas é que José Peseiro conta contra adversários de grande nível como o Dortmund, o Benfica ou o Sporting?
Mas o que mais me incomoda é a área mais recuada do terreno. Na passada quarta-feira o Gil Vicente chegou com perigo à baliza do Porto em duas ou três ocasiões. Foram ocasiões flagrantes que surgiram com descuidos defensivos e que a juntar a uma maior qualidade técnica dariam golo. Jogaram Maicon e Marcano, habituais presenças no onze titular do Dragão. Esperava-se que, com os erros sucessivos a que o exigente público do Porto tem assistido durante esta época, a SAD apostasse num nome seguro para a defesa. Falou-se de Bruno Alves e…. Pouco mais. O Porto não reforçou a zona onde tem mais problemas e decidiu contratar um guarda-redes que apesar de ter muita qualidade não vai cheirar a relva nos próximos tempos. E a pergunta que fica é: o que é isto? Não sou um hater moderno mas há já algum tempo que esta política de contratações deve ser questionada. O fracasso de Imbula foi salvo por 4 milhões e 15% de uma transferência futura, mas a falta de qualidade ainda é um problema em algumas zonas do plantel. Resta esperar que Suk e Marega se revelem grandes avançados para fazer com que Aboubakar consiga perdoar menos e que os centrais do Porto não ofereçam mais golos para além dos que já ofereceram.
Mas esta equipa de José Peseiro também tem zonas do terreno com muito talento. O meio campo do Porto conta com Danilo Pereira, Herrera, Ruben Neves, Sérgio Oliveira, Evandro e André André. Todos estes nomes têm qualidade para jogar em qualquer equipa em Portugal. E os extremos? Corona e Brahimi são mágicos e dispensam apresentações. Para além disso contam com o apoio em ambos os lados de Layun e Maxi, outros dois jogadores com enorme qualidade. Esperemos que Corona continue a marcar quando Aboubakar perdoar demasiado e que o importante trabalho defensivo de Danilo Pereira compense a falta de qualidade na zona central da defesa do Porto.
Fevereiro é um mês essencial para o clube da cidade Invicta. Será que este plantel tem o que é preciso para ganhar a um Benfica demolidor em pleno Estádio da Luz e manter acesa a luta pelo título? Será que este plantel tem qualidade contra um Dortmund rejuvenescido e que joga muito bom futebol? Para já digo que não.
Foto de Capa: FC Porto