O FC Porto falhou, não há como o negar. O contexto era altamente favorável e tudo se conjugava para que, finalmente, o dragão voltasse ao “seu” posto. Um conjunto interminável de fatores – que já foram altamente esmiuçados ao longo da semana e não importam aqui reproduzir – ditou que a classificação não se alterasse, para desespero das hostes portistas, que tanto ansiavam o assalto à liderança. Numa só jornada ter-se-á confirmado que a exatidão é algo que, na ciência do futebol, simplesmente, não existe.
Paços de Ferreira e Setúbal fizeram questão de nos lembrar que esta luta pelo título é muito mais do que uma simples corrida a dois. Após a escorregadela do rival na capital do móvel, competia ao FC Porto a conquista dos três pontos e a chegada ao primeiro lugar, posto que ostentaria assim que pisasse o relvado da Luz, na próxima jornada. Mais do que uma clara vantagem a nível psicológico, os dragões jogariam com essa liberdade de, salvo a incapacidade de conquistarem uma vitória no terreno dos encarnados, manterem pelo menos a vantagem pontual, isto é, claro, colocando de parte a hipótese de uma derrota.
A desilusão foi e é grande, sobretudo se atendermos a que deste empate (com sabor a derrota) tiramos algumas ilações que, não sendo demasiadamente preocupantes, constituem sérios avisos que se pretendem ver atendidos (e consequentemente corrigidos) num futuro bastante próximo. A pressão que a equipa carregava para chegar ao primeiro lugar era amplamente positiva.
Um estádio a rebentar pelas costuras só poderia ser mais de meio caminho andado para a conquista desse objetivo. Nove vitórias consecutivas, futebol positivo, jogadores em grande forma, muitos golos marcados e poucos sofridos constituíam um excelente registo. Mas isso não bastou. O FC Porto não soube lidar com essa pressão e, não obstante todo o mérito que Nuno Espírito Santo merece ver-lhe reconhecido pela grande evolução da equipa em todos os parâmetros do jogo, as debilidades psicológicas que os jogadores denotaram a partir do momento em que o Setúbal empata é algo não condizente com o estofo de campeão com que os adeptos gostam sempre de ser confrontados.
A paragem do campeonato para os compromissos das seleções não poderia chegar em pior altura. A amargura de passar a (s) semana (s) a ‘moer’ no que poderia ter sido e não foi é absolutamente desagradável. Que o próximo jogo chegue o mais rapidamente possível. Confiantes de que os erros serão corrigidos e que a resposta será dada com a firme certeza de que este é o ano do FC Porto.
Foto de Capa: FC Porto