Durante esta época, o FC Porto tem apresentado grandes exibições (Nacional na Choupana e contra o Benfica no Estádio do Dragão) e outras sofríveis como em Tondela, Brugge, Copenhaga. E esta instabilidade tem sido difícil de contornar, com várias exibições de baixo nível. Infelizmente, mais as exibições sofríveis do que as boas exibições. Porém, o que podemos verificar são os fracos resultados de quando a equipa joga mal, perdendo quase sempre pontos e atrasando-se na corrida pelo campeonato e na passagem na Liga dos Campeões. E essa qualidade exibicional tem de regressar rapidamente se os azuis e brancos pretendem o regresso aos títulos nesta época e virar a página dos três anos de insucesso.
Os jogadores são seres humanos e, devido a esse fator, não conseguem manter o topo de forma e a qualidade exibicional semanalmente e em todas as competições mas, como equipa que luta pelas competições em que entra, tem de tornar as fraquezas forças. Nem sempre é possível jogar bem mas, nesses jogos, é necessário ganhar como nos outros. E é esse o fator que distingue as boas equipas das grandes equipas: a capacidade de vencer mesmo nos jogos que correm menos bem.
Falava esta semana com um amigo e dizia que, a este FC Porto falta a cultura de vitória. Dentro do plantel portista, Casillas foi campeão pelo clube e seleção em diversas ocasiões; Maxi Pereira campeão pelo SL Benfica e fica por aqui a lista de vencedores de campeonatos presentes no plantel dos dragões. E este facto é sintomático da crise que atravessa o FC Porto e, aqui, culpo a estrutura que não soube prevenir esta transição de treinadores e plantéis ao longo das últimas épocas. O plantel 2016/2017 é bom? Sem sombra de dúvida visto que o clube tem jogadores como André Silva, Jota, Corona, Óliver, Danilo, Casillas, Layún, Brahimi (não joga mas isso já escrevi e outros escreveram sobre a má gestão deste ativo). É o melhor plantel do campeonato? Não, não é o melhor, mas há que inverter esta tendência e tornar esta equipa melhor através de melhores jogadores (sim, acho necessário reforçar certas posições) e solidificar uma forma de jogar.
Porque o que distingue uma boa equipa de uma grande equipa, para além de uma grande equipa conseguir ganhar os jogos em que a qualidade futebolística é fraca, é ter uma ideia de jogo definida desde o início e não a mudar conforme o contexto em que se joga. E refiro este aspeto porque o FC Porto quando joga em casa e fora de portas, apresenta duas formas de jogar diferentes visto que, em casa, quer ter bola e atacar mais, e fora de casa, independentemente do adversário, dá iniciativa de jogo e pratica futebol direto (característica que não acompanha as características dos jogadores) o que resulta em resultados adversos e vemos que o FC Porto perde pontos, e olhemos para o campeonato, em Alvalade, Tondela e Setúbal com exibições muito abaixo da média e sem conseguir derrotar adversários de menor valor no campeonato.
Algo tem de mudar neste panorama, o FC Porto tem de assumir a vitória em todos os jogos e praticar um futebol de ataque, com posse de bola e ataque continuado (60 minutos contra o Benfica foram um resumo disto) e, assim, estará mais próximo de obter o título nacional que lhe escapa há três épocas. É preciso dar a volta e dar a este clube a dinâmica e a cultura de vitória que vem sendo perdida.
Texto revisto por: Carlos Valente