“Marcano é um dos melhores profissionais que já tive.” A frase é da autoria de Sérgio Conceição, mas nenhum portista a rejeitaria, certamente. De facto, a forma como o central espanhol soube debelar a terrível época 15/16 ao ponto de se tornar capitão na que agora findou, diz bem do caráter e da capacidade de Marcano. Um verdadeiro exemplo.
Chega em 2014 pela mão de Lopetegui e, não sendo um primor, acaba por cumprir em campo. Não teve a estreia desejada, com um auto golo diante do Sporting CP, na Taça, mas daí em diante, à semelhança de Indi e Maicon, foi sendo regular, sem deslumbrar.
A temporada seguinte, de martírio para toda a nação portista, acabou por ter em Marcano o reflexo perfeito do desastre. A final da Taça de Portugal, com o SC Braga, mostrou um central inseguro, errático, displicente e com grande parte da responsabilidade pela perda do troféu.
Pois bem, muda aos dois, acaba aos quatro. O par de temporadas que se seguiram mostraram um central absolutamente desconhecido até então. Concentração máxima, simplicidade de processos, tremenda eficácia na abordagem dos lances e, até, apetência especial para fazer balançar as redes adversárias. Mérito para Nuno Espírito Santo, mas sobretudo para o atual treinador que, à imagem do que fez com a maioria dos jogadores, retirou de Marcano o expoente máximo das suas capacidades. Os números atestam que esta foi, sem dúvida, a melhor época da sua carreira: 45 jogos, sete golos e uma braçadeira que encaixou que nem uma luva no braço esquerdo. Marcano personificou em cada jogo os valores que todo e qualquer adepto gosta de ver na sua equipa.
É, pois, da mais elementar justiça que o central espanhol termine o seu ciclo de dragão ao peito com o título que tanto ansiava. A saída em grande que um grande central há muito merecia.
Um abraço, Iván!
Foto de Capa: FC Porto
artigo revisto por: Ana Ferreira