Fecham as cortinas do Campeonato Nacional e de uma época desportiva de enorme exigência para o FC Porto. O objetivo principal foi atingido e o 28.º título de campeão nacional já se encontra na vitrine do museu do clube. Uma temporada brilhante de uma equipa revoltada e competente, mas que fecha, ainda assim, com alguns amargos de boca. A queda na Taça da Liga e, principalmente, a ausência do FC Porto no Jamor retiraram a cereja do topo de um bolo saboroso e cozinhado com enorme mestria por Sérgio Conceição. Posto isto, aqui ficam alguns dos momentos mais importantes e decisivos na viagem de regresso aos Aliados tantos e tantos anos depois.
1. Apresentação de Sérgio Conceição
Há sensivelmente um ano atrás (mais coisa menos coisa), Pinto da Costa apresentava no Estádio do Dragão o sucessor de Nuno Espírito Santo. Dizem as más línguas que a prioridade era Marco Silva, mas o que é certo é que a escolha final recaiu em Sérgio Conceição. Após uma bem-sucedida passagem pelo FC Nantes de França, Sérgio (em litígio com o emblema francês) assina pelo clube que o viu nascer enquanto jogador. Emocionado e sempre inspirado, o treinador dos Dragões prometeu uma equipa competitiva e não vacilou na promessa feita ao Mar Azul.
2. Fecho do mercado de Verão
Após muitos rumores e alguns pedidos de Sérgio Conceição o mercado de verão chegou ao fim e ao FC Porto chegou apenas uma cara nova. Vaná, vindo do Feirense, foi contratado para 3.º Guarda-Redes. Para além do brasileiro o FC Porto mandou regressar a casa alguns velhos conhecidos como Aboubakar, Marega, Ricardo, Reyes ou Hernâni. Formou-se, então, um grupo substancialmente mais curto do que o habitual, mas a coesão e união foi evidente desde o princípio. Em termos de saídas, o FC Porto deixou sair duas das jóias da formação do clube: André Silva e Rúben Neves.
3. Noite de Gala no Principado
A temporada corria de feição ao FC Porto (a nível interno) mas uma derrota caseira na jornada inaugural da fase de grupos da Liga dos Campeões frente ao Besiktas JK fazia a crítica especializada duvidar do real valor da equipa. Na segunda jornada, o FC Porto deslocou-se ao terreno do campeão francês, o Mónaco, e uma exibição de gala e uma vitória clara por 3-0 deixaram o futebol português em estado de sítio e, finalmente, consciente do poder do FC Porto de Sérgio Conceição.
4. Alvalade
No primeiro dos jogos entre candidatos no campeonato, o FC Porto deslocou-se a Alvalade para defrontar a única equipa que a igualava com um percurso, até à data, imaculado no que ao Campeonato diz respeito. O resultado foi o habitual. Mais uma vez os Dragões não passaram em Alvalade e deixaram na Segunda Circular os primeiros pontos. No entanto, para a história, fica uma exibição autoritária que serviu para marcar as diferenças entre a qualidade de jogo de cada uma das equipas. No final, e recorrendo a talentos de leitura labial, foi possível ver o treinador do FC Porto vociferar: “Nós vamos ser campeões!”. Dito e feito.
5. “Roubo” de Igreja
No princípio de dezembro, o SL Benfica viajou para a cidade Invicta para defrontar o líder do campeonato e era a oportunidade do FC Porto deixar os encarnados praticamente fora da luta pelo título. Depois de uma primeira parte equilibrada, o FC Porto surgiu transfigurado após o intervalo e cavalgou para uma exibição de enorme qualidade sem nunca ter sido capaz de desfazer o nulo que se manteve até ao final. Após uma arbitragem fraca de Jorge Sousa e dos seus auxiliares, ficou uma sensação de enorme injustiça e o sentimento de revolta atingiu o seu expoente máximo.