Os treinadores que mais vezes orientaram o FC Porto: José Maria Pedroto

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    Conhecido como o “mestre”, representou o FC Porto enquanto jogador e, anos mais tarde, enquanto treinador. Ocupou o cargo em três ocasiões diferentes e o seu trabalho de sucesso lançou o clube, aquando da sua segunda passagem, para o caminho das vitórias, acabando com um jejum de títulos que durava há 19 anos. José Maria Pedroto foi o treinador que, mais vezes, orientou a equipa azul e branca, com um total de 317 partidas sob o seu comando.

    Destacou-se ainda novo enquanto jogador de futebol. O seu toque de bola não deixava ninguém indiferente e era fácil perceber que o talento lhe corria nas veias. Nos seus oito anos enquanto atleta portista ajudou o clube a alcançar um feito inédito até à data: corria a época de 1956/57 e o FC Porto conquistava a primeira “dobradinha” da sua história. Ao fim de oito anos a vestir de dragão ao peito, Pedroto decidiu deixar os relvados e dedicar-se a uma carreira como treinador. Numa fase inicial, no início da década de 1960, ficou-se pelas Antas, ao serviço das camadas jovens mas, dois anos depois, seguiu para Coimbra para dar início à sua aventura pela primeira divisão, ao serviço da Associação Académica de Coimbra.

    Depois de passar pelo Leixões SC e pelo Varzim SC, dando sempre nas vistas pelos resultados que ajudava a conseguir, foi chamado a regressar ao FC Porto, na época de 1966/67, para aquela que seria a primeira de três passagens enquanto técnico pelo clube. Dessa vez, sentou-se no banco por duas épocas, tendo levado os dragões à conquista da Taça de Portugal, numa final ganha ao Vitória FC. Saiu em 1969, em conflito com a direcção portista liderada por Afonso Pinto Magalhães, e foi apenas em 1976, sete anos depois, que regressou, aceitando o cargo com a condição de ter Jorge Nuno Pinto da Costa como responsável de futebol.

    Pedroto é um dos nomes mais marcantes da história do FC Porto Fonte: FC Porto
    Pedroto é um dos nomes mais marcantes da história do FC Porto
    Fonte: FC Porto

    Conhecido também como “Zé do Boné”, José Maria Pedroto foi, a par com Pinto da Costa, um dos rostos da mudança no futebol nacional, lançando de novo o FC Porto no caminho dos títulos, pondo fim a um jejum de 19 anos, e conseguindo inclusivamente a conquista do bicampeonato. Acabou por sair novamente do clube já em 1980, por altura do conhecido “Verão Quente”, em que Pinto da Costa foi afastado do seu cargo por Américo Sá, mas havia de regressar apenas dois anos depois, já pela mão de um Pinto da Costa eleito presidente. Na altura, já Pedroto se sabia doente, mas ainda assim aceitou voltar àquele que era o seu clube do coração.

    A batalhar contra um cancro, o “mestre” sentou-se pela última vez no banco dos dragões a 4 de Dezembro de 1983 e havia de acompanhar a primeira final europeia conseguida pelo FC Porto, a da Taça das Taças em 1984 frente à Juventus FC, pela televisão. Faleceu a 7 de Janeiro de 1985, aos 56 anos, mas o seu nome não mais será esquecido na história do futebol nacional e, sobretudo, na história do FC Porto. Será sempre recordado pelo impulso que deu na mudança de panorama no clube, lançando a equipa para um patamar europeu que culminou em 1987, com a conquista da Taça dos Campeões Europeus, frente ao FC Bayern de Munique. Também a Pedroto ficará sempre associada uma frase marcante, que coloca os adeptos à frente da equipa, numa união que vemos hoje materializada sob a forma de “mar azul”: “A massa associativa do FC Porto não é o 12º jogador, como se diz por aí. É o primeiro jogador, porque sem ela o futebol não tinha razão de existir”.

    Foto de Capa: FC Porto

    Artigo revisto por: Rita Asseiceiro

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    Joana Quintas
    Joana Quintashttp://www.bolanarede.pt
    O gosto pela escrita e a paixão pelo desporto, particularmente pelo futebol, tornaram claro que o jornalismo desportivo seria o caminho a seguir. A Joana é licenciada em Ciências da Comunicação, gosta de estar atenta ao que a rodeia e tem, por norma, sempre uma palavra a dizer sobre tudo.                                                                                                                                                 A Joana não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.