Após uma vitória e uma derrota na fase de grupos da Liga dos Campeões, o FC Porto chegou à Red Bull Arena com esperança num resultado que, caso fosse positivo, colocaria a equipa portuguesa em boa posição para se qualificar para os oitavos de final da competição. A grande surpresa no 11 inicial dos azuis e brancos acabou por ser a titularidade de José Sá, com Iker Casillas a iniciar o jogo no banco de suplentes, ainda que não seja também irrelevante a opção por Miguel Layún em detrimento de Ricardo Pereira. O FC Porto jogou na Alemanha com o seu já habitual 4-4-2, composto por José Sá, Layún, Felipe, Marcano, Alex Telles, Danilo Pereira, Sérgio Oliveira, Héctor Herrera, Brahimi, Marega e Aboubakar.
Numa primeira parte frenética e recheada de erros individuais, acabou por ser o RB Leipzig a adiantar-se no marcador logo aos 9 minutos de jogo: na sequência de um remate de Bruma de fora da área, José Sá não conseguiu agarrar a bola e, na recarga, Orban não falhou. O RB Leipzig carregava sobre um FC Porto algo desorganizado após o golo sofrido mas, aos 18 minutos, os azuis e brancos acabariam por chegar ao empate: na sequência de um lançamento longo de Layún, os centrais do FC Porto venceram os duelos no jogo aéreo dentro da área, a bola sobrou para Aboubakar e o camaronês, implacável como quase sempre, rodou e rematou de pé esquerdo para golo.
Num jogo demasiado partido para se poder considerar em algum momento controlado por qualquer das equipas, o RB Leipzig mantinha algum ascendente e, na sua vertigem ofensiva, Sabitzer encontrou espaço entre os centrais do FC Porto, assistiu Forsberg e este, aos 38 minutos, já dentro da área e na cara de José Sá, atirou a contar. O RB Leipzig parecia ter asas, e bastaram apenas mais dois minutos para que, após uma perda de bola de Danilo, Marcano falhasse o corte e fosse implacavelmente ultrapassado em velocidade por Augustin que, mais uma vez isolado frente a José Sá, rematou para o 3-1. Quando o intervalo parecia estar prestes a chegar sem que o FC Porto fosse capaz de reagir à desvantagem, na sequência de um canto apontado por Alex Telles ao segundo poste, Herrera desviou de cabeça para o meio da área onde apareceu Marcano a redimir-se do erro cometido pouco antes e a recolocar o FC Porto na luta pelo resultado: 3-2 no marcador ao intervalo e a promessa de mais 45 minutos eletrizantes.
Puro engano! Na segunda parte do encontro a contenção foi a tónica dominante e, se de um lado o FC Porto não quis expor-se em demasia, do outro lado o RB Leipzig começou verdadeiramente a controlar o jogo sem que para tal tivesse que embarcar em correrias desenfreadas. Só aos 62 minutos soaram os alarmes na Red Bull Arena, com Marcano a salvar em cima da linha de baliza aquilo que parecia um golo certo de Bruma. O avançado português, isolado (mais uma vez!) frente a José Sá, desviou a bola no guardião português, mas Marcano não permitiu que o resultado tomasse contornos de goleada. Até ao final do jogo, nota de destaque apenas para um remate perigoso de Augustin, aos 73 minutos, a passar pouco por cima da barra da baliza à guarda de José Sá.
Já com Óliver, Corona e Hernâni em campo, o FC Porto nunca pareceu fisicamente capaz de criar verdadeiros problemas ao RB Leipzig. Ficou sempre a ideia de que faltou banco aos azuis e brancos num jogo em que os seus médios e avançados mais criativos surgiram francamente desinspirados e nunca conseguindo criar verdadeiros desequilíbrios junto da defensiva alemã. Para a história fica o resultado: primeira vitória do RB Leipzig na Liga dos Campeões; o FC Porto cai para a terceira posição do grupo G e, se aspira a qualificar-se para os oitavos de final da competição, terá que mostrar bem mais argumentos nos três jogos que ainda faltam disputar.