Arrancam as decisões na Taça da Liga. A “Final Four” terá lugar em Braga, no Estádio Municipal de Braga, e terá como prato forte um grande clássico do nosso Futebol: Sporting CP – FC Porto.
A Taça da Liga tem vindo, ao longo dos anos, a ser menosprezada e desdenhada por FC Porto e Sporting CP, por via do discurso das direções, mas é cada vez mais um objetivo, tendo em conta as opções técnicas e táticas dos treinadores. Este ano, e com uma meia-final a disputar entre ambos, parece-me claro que, embora não façam da prova uma prioridade, FC Porto e Sporting CP apostam forte numa hipotética vitória final na competição.
Verdade seja dita, não poderia ser de outra forma! É um troféu que falta nas vitrinas dos museus destes dois grandes clubes e o facto de existir uma prova disputada em Portugal que ainda não foi conquistada por FC Porto e Sporting CP não é condicente com esse tal estatuto de “grande”. Com a agravante, claro está, de o SL Benfica já contar com um considerável número de conquistas.
A jornada da Liga Portuguesa trouxe sortes distintas aos dois clubes e, por isso, é normal que exista a tentação de assumir um FC Porto animicamente mais forte. Porém, quem já acompanha o fenómeno há algum tempo saberá que num “Clássico” pouco conta o passado e que os níveis motivacionais se encontram sempre nos píncaros.
Assim, resta antever aquele que poderá ser o comportamento dos treinadores. Com formas de jogar, em teoria, substancialmente diferentes, apenas após o conhecimento das peças que serão lançadas para o relvado na batalha de amanhã se poderá fazer uma previsão mais assertiva sobre o desenrolar do jogo.
No Sporting CP, a grande dúvida reside na hipótese de Jorge Jesus adicionar Battaglia ao onze inicial para subtrair Rúben Ribeiro à equipa que alinhou no Estádio do Bonfim. Desta forma, em tese, o treinador leonino garante maior consistência no meio campo, avançando Bruno Fernandes para o apoio a Bas Dost.
No FC Porto, as dúvidas serão mais acentuadas. A primeira será perceber qual o central (Felipe ou Reyes) que acompanha Marcano no centro da defesa. Depois, e acima de tudo, importa perceber qual o desenho tático que Sérgio Conceição irá escolher. O passado diz-nos que em jogos de grau de dificuldade mais elevado o treinador do FC Porto opta, sistematicamente, por adicionar um médio (com Sérgio Oliveira na pole position) e retirar um extremo/avançado (Corona deverá ser o sacrificado). Nota, ainda, para a previsível presença de Casillas na baliza do FC Porto. Aguardemos pelas decisões dos técnicos.
No plano individual, julgo pertinente salientar Brahimi e Bruno Fernandes como os jogadores “mais” de FC Porto e Sporting CP na presente temporada e aqueles de quem se espera que façam a diferença. Como quem desdenha quer comprar, está marcada para amanhã a primeira de duas finais rumo à vitória na competição que ninguém quer mas que todos desejam.
Nota final: Não quero deixar de mencionar o Vitória FC e o CD Oliveirense pelo meritório percurso na prova e deixar claro que, embora pelo que se vai lendo pareça que sim, o “Clássico” de amanhã não decide o vencedor da prova mas apenas o finalista que terá que enfrentar uma, seguramente, dura final contra um destes briosos adversários.
Foto de Capa: 101greatgoals.com
Artigo revisto por: Ana Rita Cristóvão