Terceira jornada em Santa Maria da Feira, com o Feirense a receber a equipa do FC Paços de Ferreira, naquele que foi o derradeiro encontro da jornada. Ainda sem qualquer vitória no campeonato, a equipa da casa entrou em campo com o intuito de vencer a formação pacense, que também ainda estava sem qualquer vitória na competição, e assim subir na classificação, saindo da segunda metade da mesma. Já o Paços, com uma derrota e um empate, era 15º e procurava, certamente, também uma vitória para ascender na tabela classificativa.
Com as bancadas do Marcolino de Castro ainda um pouco despidas de adeptos, a partida iniciou-se e começou em campo a batalha pelos três pontos, mas apenas depois da realização de um minuto de silêncio em memória das vítimas do incidente na Madeira.
Foi a equipa da casa a tomar a iniciativa do jogo nos minutos inicias, tentando responder ao pedido dos adeptos que iam cantando “Hoje é para ganhar!”. Tiago Silva foi o primeiro a tentar o golo com um remate perigoso de fora da área, mas que saiu por cima da baliza de Mário Felgueiras.
Nos minutos seguintes, viu-se mais do Paços de Ferreira e este chegou mesmo ao golo, o primeiro da partida. Uma falta de atenção na defesa da equipa da Feira permitiu a Welthon isolar-se em direção à baliza de Caio e atirar a contar para o 1-0. Excelente resposta da equipa forasteira ao perigo criado pelo Feirense nos minutos iniciais.
Após o golo pacense, e como se esperava, o Feirense cresceu no jogo, ia tendo mais bola, mas ia rematando menos do que o adversário, que podia ter marcado mais um num lance muito perigoso na área da equipa fogaceira. No entanto, mesmo com menos remates, a equipa do Feirense conseguiu chegar ao empate por intermédio de Etebo, ao minuto 32. Um bom lance de ataque da equipa resultou num cruzamento da direita que encontrou a cabeça de Etebo. O nigeriano só teve que encostar para o fundo da baliza. Igualdade reposta no marcador, num jogo que ainda antes do intervalo teve de ser interrompido por motivos relacionados com a iluminação.
Reatado o encontro, não mais houve tempo para lances de grande relevância e o jogo foi para intervalo com o resultado justamente fixado em 1-1. Uma primeira parte bem disputada, marcada, essencialmente, por um certo equilíbrio entre as duas equipas, embora com uma ligeira superioridade do Feirense, que fazia prever uma boa segunda parte.
Segunda parte que começou, mais uma vez, com o Feirense por cima. Aos 49 minutos, na cobrança de um livre, Tiago Silva enviou a bola ao poste e fez estremecer os adeptos visitantes, que viam a sua equipa incapaz de criar qualquer perigo e de ameaçar o Feirense.
Apesar da boa primeira parte, a segunda ficou marcada por vários momentos de menor intensidade. Durante vários minutos não se viu qualquer oportunidade de golo e o entusiasmo nas bancadas diminui também ligeiramente, dada essa menor intensidade do jogo.
Até que, finalmente, aos 79 minutos, o jogo voltou a aquecer, com uma bola enviada ao poste por Etebo. Cabeceamento como manda a lei, de cima para baixo, e uma excelente defesa de Mário Felgueiras a desviar a bola para o poste direito da baliza, impedindo assim o golo.
Praticamente no final da partida, aos 90 minutos, Carlos Xistra assinalou uma grande penalidade a favor do Feirense, por mão na bola de Marco Baixinho, mas ainda necessitou de consultar o vídeo-árbitro, consulta essa que demorou vários minutos.
Tiago Silva encarregou-se de bater a grande penalidade e não vacilou. Estava feito o 2-1 e a vitória não mais escaparia à equipa da casa!
O 2-1 manteve-se até ao final, num jogo que valeu, sobretudo, pela primeira parte, onde a intensidade foi muito maior do que na segunda e onde as equipas pareceram lutar mais pelo golo. O resultado ajusta-se, embora o empate também se justificasse. Foi a primeira vitória no campeonato para o Feirense, que ascendeu assim ao oitavo lugar da tabela classificativa. Quanto ao Paços, desceu para o 15º posto e continua em busca da sua primeira vitória.
Como nota final e apaixonado pelo futebol, desagrada-me bastante ver casos como o que se viu hoje no Marcolino de Castro. Carlos Xistra tem que consultar o vídeo-árbitro durante alguns minutos para assinalar aquilo que antes dessa consulta já tinha assinalado. O futebol é feito de erros. Se Xistra errasse, teria sido normal, mas parece que não (pelo menos sem ainda ter visto as imagens televisivas). O futebol é um jogo de decisões rápidas e isso estende-se aos árbitros. Com o vídeo árbitro perde-se um pouco, a meu ver, a essência deste jogo. Jogo esse que sempre nos apaixonou à sua maneira, com erros sim, mas à sua maneira…
Este não foi o primeiro caso nem será com certeza o último.
Podem argumentar que o futebol se torna mais justo com esta medida, mas a que custo…?