Desculpem, bem sei que este artigo deveria ser exclusivamente sobre o Sporting, mas hoje irei falar também da Selecção nacional. No entanto, tenho a certeza de que compreenderão. Porque, de qualquer forma, falar da Selecção portuguesa implica sempre falar do Sporting, o que de alguma forma não descontextualiza o tema que deve ser referido aqui.
Com a vitória de Portugal no Euro’2016 encontrei mais uma similaridade entre a Selecção e o Sporting.
Até há pouco tempo, Portugal era uma selecção simpática, de quem todos falavam como uma selecção com excelente qualidade de jogo e composta por grandes, grandes jogadores. Agora que Portugal é campeão europeu parece que passámos a ser os piores, os que não sabem e nunca souberam jogar à bola.
No fundo, foi quando ganhámos que nos vieram criticar pela fraca qualidade do futebol. Assim como quando perdemos vieram elogiar o nosso futebol.
É ou não é igualzinho ao que se tem passado neste nosso rectângulo?
Quando o Sporting andava a lutar entre o terceiro e o sétimo, éramos o clube mais simpático, o clube que todos gostariam de ver mais forte. Mas, quando o mesmo chega ao topo, já não servimos, já somos maus. Os outros é que têm jogadores, treinadores e presidentes. De Alvalade pouco ou nada se aproveita.
São as contradições que nos fazem levar pouco a sério as críticas. Sorrimos e seguimos em frente, porque afinal de contas no Sporting já estamos habituados a este tipo de tratamento, e vivemos bem com isso.
Senão vejamos: o melhor guarda-redes português pós-Vítor Baía só foi reconhecido pela sua qualidade unicamente após tê-lo sido fora de Portugal. E estou a falar de reconhecimento em termos institucionais, porque em outros meios ainda não vi ser dado o devido ênfase ao mesmo. Sabem, é que um jogador que seja formado no Sporting tem sempre de ser muito melhor que todos os outros para ser reconhecido, ou então tem de sair do clube.