A longa ausência de Bruno

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    A graduação do novo Presidencialismo do Sporting marcou-se pela assiduidade da presença de Bruno de Carvalho em todos os momentos do Clube. Durante todo o primeiro mandato foi vê-lo na linha da frente de todos os debates, com homólogos ou não, mostrando que o principal porta-voz do Sporting encontra-se também no topo da sua pirâmide. Se olharmos para as posturas dos antecessores de Bruno de Carvalho, é com natural evidência que reparamos na alteração comportamental da Presidência, o que veio alterar também a noção de Presidente que qualquer Sportinguista tinha, assim como os rivais, que de repente encontraram numa só figura todo o objecto alvo para direccionar críticas para além do Desporto.

    Este novo repto trouxe-nos também uma nova imagem, que embora não seja nova na história, assume pelo menos esse estatuto nos tempos que correm. Um Presidente no banco, renunciador de camarotes e de egocentrismos de bancada, que prefere saltar para o relvado a ter que se conter ao lado do outro Presidente que está sentado ao lado dele. Lá estava ele. Ora com Leonardo Jardim ou Marco Silva até à Era de Jorge Jesus, Bruno de Carvalho não falhou um jogo. Ao lado da equipa técnica e dos Jogadores, foi o primeiro a festejar e a desiludir-se, a falar nas entrelinhas com os árbitros e a assinar a folha da delegação ao jogo.

    Jorge Jesus já não tem Bruno de Carvalho a fazer-lhe companhia no banco de suplentes Fonte: Sporting CP
    Jorge Jesus já não tem Bruno de Carvalho a fazer-lhe companhia no banco de suplentes
    Fonte: Sporting CP

    Acredito que qualquer Sportinguista tenha, mais tarde ou mais cedo, parado para pensar nas reais valias que a presença de Bruno de Carvalho no banco de suplentes trazia para o rendimento da equipa. Então as opiniões birfucavam-se. Por um lado era bom, porque impunha respeito, obrigava a dar o litro e a suar a camisola. Estava ali o patrão. Por outro lado era mau, porque a sua presença interferia com o trabalho do treinador, que poderia perder o protagonismo na sua área técnica. Mas as coisas mudam.

    Agora que estamos nos primeiros tempos do seu segundo mandato, Bruno de Carvalho tomou a decisão de abandonar o banco de suplentes e de acompanhar a equipa nos jogos fora em sinal de protesto para com a justiça desportiva. Confrontado com esta decisão, Jorge Jesus assumiu gostar da presença do Presidente no banco, embora nem todos tenham ficado convencidos com a sua resposta. A verdade é que os teóricos das coincidências afirmam hoje que tinham razão. O Sporting está a fazer um bom arranque de época, e Bruno de Carvalho não está no banco. Coincidência? Talvez. E caso seja não me importo com isso, até porque o que importa são mais estes três pontos. E mais estes. E mais aqueles. E sei que Bruno de Carvalho também pensa assim, mesmo que hoje pareça estar muito longe quando afinal está sempre tão perto.

    Foto de Capa: http://tuvaisvencer.blogspot.pt

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    Ricardo Gonçalves
    Ricardo Gonçalves
    Como uma célebre música diria, "eu tenho dois amores", com o desporto e a comunicação a ocuparem 50/50 do seu coração. Entusiasta confesso daquilo que é a alegria do futebol, promete transmitir-vos através de palavras as emoções que se sentem durante os 90 minutos (e além disso). Escreve sem acordo ortográfico