BnR: Entrando agora mais no tema Sporting, o Beto é uma referência, jogou muitas épocas no clube, foi capitão. Como vê a temporada da equipa até agora? Já venceram um troféu e estão em três frentes. Será que podem voltar aos grandes títulos este ano?
Beto: Assim o desejo, como sportinguista. Eu acredito que o Sporting, pela temporada que está a fazer, pelo bom desempenho que está a ter, jogo após jogo, semana após semana, pode regressar aos títulos, e assim o desejo. Agora, não é por estar bem nesta fase, que possa ser um dado garantido. Acho que ainda tem muito para dar. Vão haver momentos muito complicados para o Sporting, existem picos de forma das equipas, e eu acredito que o Sporting também vai passar por momentos menos bons. Espero que não, mas é a realidade do futebol e das equipas. Se esse momento menos bom for superado de uma forma positiva, e o mais rápido possível, eu acredito que o Sporting possa conquistar títulos, sem dúvida.
BnR: Olhando em particular para os centrais, que foi um dos problemas do Sporting na época passada, como vê as prestações de Coates e Mathieu até ao momento? Eles formam uma das duplas mais elogiadas dos últimos anos, talvez a mais elogiada desde a dupla Beto/André Cruz.
Beto: Eles fazem uma boa dupla, são ambos grandes jogadores, com alguma experiência e maturidade. Sabem ler o momento do jogo, o que é muito importante para um central. Sabem quando devem acalmar, sabem quando devem esticar o jogo, quando devem “dar uma porrada”, como se costuma dizer. Eu acho que eles sabem isso tudo, pois são jogadores com bastante tarimba no futebol e têm feito uma grande época. O Mathieu acaba por ser uma surpresa, até depois dos últimos anos no Barcelona, onde também é difícil jogar e estar tão bem. Aqui ele está a fazer uns meses muito positivos e tem sido uma mais valia para a equipa, sem dúvida.
BnR: Sendo sportinguista, como foi a sensação de utilizar a braçadeira de capitão durante tantos anos?
Beto: Só tenho uma palavra quando me falam sobre isso: orgulho. Foi o realizar de um sonho jogar no Sporting, foi um orgulho ser capitão.
BnR: O Beto foi formado no Sporting, capitaneou a equipa muitos anos e foi campeão. Jogou também em Espanha e França, foi internacional A. Qual foi o melhor momento da sua carreira?
Beto: O título que ganhei no Sporting, quando o clube estava há dezoito anos sem ganhar títulos. Teve um sabor especial, pela ausência de títulos que o Sporting tinha e pela alegria que vi nos adeptos nesse dia.
BnR: E o melhor golo? É bom recordar que o Beto marcou ao FC Porto, ao Benfica, um golo mítico ao Newcastle…
Beto: Acredito que por ter sido na estreia em dérbis, escolho um golo ao Benfica num jogo em que ganhámos 1-0. Foi após um livre lateral do Oceano. Por ter sido o primeiro, penso que foi o mais importante, foi o lançar de uma carreira.
(Golo de Beto a partir do minuto 8:50)
BnR: Se tivesse de escolher uma dupla de centrais composta apenas por jogadores que jogaram consigo, quem seriam?
Beto: Marco Aurélio e André Cruz. Um porque me ensinou bastante e que era fantástico como homem e como jogador, o senhor Marco Aurélio. E o André pela qualidade que acho que todos nós vimos. Para mim, não desfazendo de todos porque tive bons colegas no eixo defensivo, o André foi o melhor.