Crisis? What crisis?

    Não é necessário ser um melómano para rapidamente se reconhecer a expressão “Crisis? What crisis?” como um dos álbuns da banda de rock progressivo Supertramp. Este trabalho é, na verdade, o primeiro da banda britânica e data de 1975. Foquemo-nos neste título para destacar como ele se relaciona com o momento atual do Sporting Clube de Portugal.

    Desde as declarações de Bruno de Carvalho no Facebook a “criticar” a prestação da equipa e de alguns jogadores, que estalou uma crise interna no Sporting. Disso, não tenhamos dúvidas. Sou apoiante de Bruno de Carvalho mas considero que um presidente nunca podia ter dito aquilo que disse e, sobretudo, da forma como o fez (usando uma rede social). Ponto final. Mas considero que tudo o que se passou foi mediaticamente ampliado por uma comunicação social que procura sempre os momentos de crise do Sporting para afiar a sua faca e estragar aquilo que já estragado estava.

    Nunca vi, em nenhum outro clube que não o Sporting, a gerarem-se debates televisivos de horas a fio sobre uma crise interna. Com algumas exceções, também é muitíssimo raro a crise de um clube de futebol “abrir” blocos noticiosos na televisão e figurar como manchete principal nos matutinos deste país. Mas isso é o que tem acontecido, por várias e demasiadas vezes, sobre a “crise” no Sporting Clube de Portugal.

    Está difícil a tarefa de Bruno de Carvalho de dar um pontapé na “crise leonina”, ampliada pela comunicação social
    Fonte: Sporting Clube de Portugal

    Um destes dias, enquanto fazia o tão afamado zapping pelos canais por cabo, vi o “comentador” Rui Santos a falar na SIC Notícias. Até aqui, tudo bem. Mas quando percebi que este senhor tem, no seu programa, uma rubrica com a contagem de dias até à saída de Bruno de Carvalho do Sporting, pareceu-me uma verdadeira vergonha e demagogia. O que Rui Santos e outros pseudocomentadores deveriam fazer era centrar-se nas conquistas do Sporting Clube de Portugal esta temporada. Querem exemplos? Aqui vão: sobre estar na final da UEFA Futsal Cup (equivalente à Liga dos Campeões Europeus), nem uma palavra. Sobre a vitória do voleibol contra a equipa do Benfica, nem uma palavra. Sobre a vitória do hóquei em patins no terreno do Valongo, nem uma palavra. Sobre a vitória do Andebol leonino no Dragão Caixa, nem uma palavra. Sobre a ida ao Jamor em futebol, vá, uma palavrinha. São comentadores que veem apenas o futebol (sendo que, a maior parte das vezes, nem nisso falam), deixando de parte as outras modalidades. A palavra ecletismo diz-lhes muito pouco.

    Perante tamanhas e importantes conquistas na última jornada nas várias modalidades leoninas importa destacar o título do álbum dos Supertramp: “Crisis? What Crisis?”. Vejamos o que disse o nosso guarda-redes de hóquei em patins, Ângelo Girão, um dos melhores em Portugal e no Mundo, a propósito daquilo que tem sido o trabalho desta Direção dos Leões no apoio e fortalecimento das modalidades: “Em quatro anos já conseguimos fazer muita coisa boa. A prova disso é que estamos a lutar por duas competições muito importantes e é só assim, com o passar do tempo, que nos vamos conseguindo aproximar de outros clubes que levam vinte anos de processos adquiridos à nossa frente” (Ângelo Girão, entrevista ao Jornal Sporting, dia 19 de abril de 2018).

    Se, depois destes êxitos e conquistas em todas (!) as modalidades, Rui Santos e outros pseudocomentadores quiserem continuar com o famoso “contador” de dias até à saída de Bruno de Carvalho, por mim ótimo, que continuem. Cá dentro, no interior do universo leonino, ficamo-nos apenas pela expressão “Crisis? What Crisis?”. E dizemos com os pulmões bem cheios: queremos mais crises destas!

    Foto de Capa: Sporting Clube de Portugal

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Simão Mata
    Simão Matahttp://www.bolanarede.pt
    O Simão é psicólogo de profissão mas isso para aqui não importa nada. O que interessa é que vibra com as vitórias do Sporting Clube de Portugal e sofre perante as derrotas do seu clube. É um Sportinguista do Norte, mais concretamente da Maia, terra que o viu nascer e na qual habita. Considera que os clubes desportivos não estão nos estádios nem nos pavilhões, mas no palpitar frenético do coração dos adeptos e sócios.                                                                                                                                                 O Simão escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.