FC Astana 1-3 Sporting CP: Regresso de leão derrete gelo cazaque

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    Foi num clima de muito frio que a equipa do Sporting CP jogou hoje, 15 de fevereiro de 2018, contra a equipa cazaque do FC Astana, num jogo a contar para a primeira mão dos 16-avos-de-final da Liga Europa Edição 2017-18. Tratou-se de um encontro entre o tetra-campeão do Cazaquistão, que prosseguiu na competição superando a fase de grupos da Liga Europa, e o Sporting CP que, recorde-se, “desceu” da Liga dos Campeões para a segunda maior prova europeia de clubes. O relógio marcava as 22 horas naquele país da Ásia Central quando foi dado o pontapé de saída. Em Portugal Continental eram 16 horas.

    As condições em que se realizou o encontro foram particulares sob diferentes aspetos: o Sporting teve que fazer uma viagem de cerca de 9 horas, deparar-se na cidade de Astana com uma temperatura a rondar os 20 graus negativos e o relvado sintético da Astana Arena que, devido a estas características, é mais suscetível às lesões dos jogadores. Essa última situação levou mesmo a que Jorge Jesus deixasse Jérémy Mathieu em Lisboa. Porque cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém.

    A grande novidade na onze inicial leonino foi a inclusão de Bryan Ruiz, jogando nas costas do costa-marfinense Seydou Doumbia. Jorge Jesus deixou de fora da equipa principal o argentino Rodrigo Battaglia, garantindo que a posição oito do meio campo fosse ocupada por Bruno Fernandes. Quanto ao sistema tático, o Sporting atuou no seu sistema de 4-4-2 habitual, ainda que oscilasse, nos diferentes momentos do jogo, para um sistema de 4-1-4-1.

    Do lado do Astana, a equipa da casa atuou num sistema de 4x1x4x1, com o avançado sérvio Djordje Despotovic a funcionar como homem mais ofensivo da formação cazaque, sendo “acompanhado” nos momentos de transição atacante pelo veloz Patrick Twumasi, a verdadeira “vedeta” desta equipa cazaque.

    O início do jogo mostrou um Astana a querer assumir as despesas do jogo, encostando o Sporting à sua grande área e impedindo que a equipa portuguesa saísse de forma eficaz em construção sempre que recuperava a bola. Os Leões, por sua vez, mostraram-se desorientados e pouco inspirados logo desde os primeiros minutos do encontro, com a defesa leonina a cometer demasiados erros em zonas proibidas. Foi, aliás, essa desconcentração e pouca orientação coletiva da equipa que contribuiu para o golo do Astana, logo ao minuto 7, por parte do croata Marin Tomasov, com um remate forte dentro da área. Rui Patrício estava batido.

    O Sporting continuava, após o golo, a registar nervosismo e isso traduzia-se em perdas de bolas constantes. O Astana jogava um futebol mais apoiado, mais calmo em campo e o Sporting foi incapaz de sair de forma eficaz nos primeiros momentos de transição ofensiva.

    Mas, com o evoluir da partida, o Sporting foi aparecendo, ainda que pontualmente, na baliza cazaque, defendida pelo guardião Nenad Eric. Primeiro, ao minuto 17, após a cobrança de um pontapé de canto na direita do ataque leonino, em que Coates quase desviou para a baliza do Astana. Segundo, ao minuto 24, Bruno Fernandes enche-se de coragem e remata forte com o pé esquerdo fora da área, levando a uma defesa aplicada do guardião do Astana. E, terceiro, ao minuto 30, Doumbia “caiu” para a ala direita do meio campo leonino, progride nesse corredor e, após um cruzamento venenoso, Acuña não consegue fazer melhor do que um remate por cima da baliza adversária.

    No segundo tempo, a equipa não parecia a mesma Fonte: Sporting CP
    No segundo tempo, a equipa não parecia a mesma
    Fonte: Sporting CP

    O Sporting, após o nervosismo que o caracterizou na sua entrada em campo, ia assumindo, após a primeira metade da primeira parte, as despesas do jogo. Mas isso não permitia olvidar as suas constantes falhas e a pouca inspiração nas zonas de finalização. Além disso, se no plano ofensivo, a equipa de Jorge Jesus ganhava maior protagonismo no jogo, a defesa dos leões mostrava-se insegura e inconstante, com Fábio Coentrão a mostrar-se incapaz de travar o veloz Tuwamasi e sem Acuña a colaborar defensivamente , como devia, no corredor esquerdo dos leões.

    Mas, na segunda parte, os leões entraram completamente diferentes, face à forma acabrunhada com que entraram em jogo. No segundo tempo apenas se viu o Sporting, e o Astana assistiu de forma passiva aos “passeios” dos leões no relvado do Astana Arena. Logo ao início do segundo tempo, surgem dois golos dos leões de “rajada”, dando a cambalhota no marcador: o primeiro, aos 47, após uma boa cobrança de uma grande penalidade por Bruno Fernandes e o segundo, ao minuto 50, após um cruzamento de Acuña, na esquerda do ataque dos leões para Gelson, com um remate frio, quebrar o gelo do Astana Arena.

    E, como quem diz dois diz três, ao minuto 55 surge o golo do costa-marefinense Seydou Doumbia após uma jogada brilhante de contra-ataque da equipa de Jorge Jesus entre três elementos: Bruno Fernandes, Acuña e Doumbia. Com o placard a marcar 1-3, o Sporting quebrou o gelo desta tarde gelada em Astana.

    A partir do terceiro golo leonino, a equipa do búlgaro Stanimir Stoilov desistiu de discutir o que quer que seja no encontro: passou a ver jogar o Sporting e os leões controlavam o jogo com um futebol de circulação e de posse de bola. De facto, quem viu este Sporting a jogar na segunda parte interroga-se sobre o que terá dito Jorge Jesus no balneário aos seus pupilos para essa mudança tão radical de postura e concentração no jogo. Mas isso está para os treinadores como os cozinhados estão para os cozinheiros: muito se fala mas ninguém sabe a receita.

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    Simão Mata
    Simão Matahttp://www.bolanarede.pt
    O Simão é psicólogo de profissão mas isso para aqui não importa nada. O que interessa é que vibra com as vitórias do Sporting Clube de Portugal e sofre perante as derrotas do seu clube. É um Sportinguista do Norte, mais concretamente da Maia, terra que o viu nascer e na qual habita. Considera que os clubes desportivos não estão nos estádios nem nos pavilhões, mas no palpitar frenético do coração dos adeptos e sócios.                                                                                                                                                 O Simão escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.