Peseiro, o Pep dos pobres

    Já muito se escreveu no passado sobre a capacidade de José Peseiro na gestão dos seus jogadores. A frase proferida por Fábio Rochemback em 2005 tornou-se célebre e, ainda nos dias de hoje, muitos sportinguistas se lembram da mesma.

    Peseiro, para além do registo de “pé frio”, sempre apresentou lacunas na gestão humana, sendo um treinador com parca capacidade para gerir os egos e expectativas dos seus jogadores.

    Esta semana, em Manchester, vimos um dos melhores treinadores do Mundo – provavelmente o melhor, até – a falar sobre Mendy e sobre o excessivo uso das redes sociais do jogador francês. O técnico catalão confessou haver momentos em que sentia a necessidade de “matar” o lateral, uma vez que o mesmo não é capaz de largar o telemóvel.

    Curiosamente, cá no burgo, algo semelhante aconteceu no Sporting. Matheus Pereira, descontente com a sua ausência dos convocados no jogo em Moreira de Cónegos, desabafou na rede social Twitter, dizendo que não compreendia a opção de Peseiro.

    Matheus Pereira colocou em causa a gestão de José Peseiro
    Fonte: Sporting Clube de Portugal

    Concordando ou não com a escolha técnica do treinador, não posso deixar de sentir que os profissionais de futebol de hoje em dia têm demasiados facilitismos e que, por vezes, não percebem o mediatismo que os rodeia.

    Se cada um de nós, comuns mortais, estiver descontente com a entidade patronal o que faz é tentar, junto de quem de direito, dialogar para perceber o porquê daquela situação estar a acontecer; sem nunca colocar em causa publicamente a empresa.

    No caso dos jogadores profissionais de futebol, a questão parece ser “jogada” totalmente ao contrário. Os atletas aproveitam-se do seu mediatismo para colocar em causa superiores e interferir com a gestão do plantel. O que dirão Nani e Acuña do seu colega e da sua atitude? A verdade até pode ser que Matheus tenha razão e que fosse mais útil em campo do que, por exemplo, Acuña. Porém, há que pensar sempre no conjunto e na equipa, porque são as – verdadeiras – equipas que são campeãs e nunca apenas o Matheus, o Raphinha ou até o Cristiano.

    Matheus tem que ser “educado” e tem que perceber que as redes sociais não são apenas frequentadas por amigos próximos e família. Porque, tendo em conta as limitações do seu treinador, muito do sucesso desportivo do Sporting passará pelos jogadores e pela união dos mesmos em torno dos seus objetivos.

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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