Por um janeiro de reforços e sem saídas

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    O jogo de Setúbal, a meio da semana, confirmou a existência de mais uma variante do rosto ofensivo do Sporting 2015/16. A goleada frente aos sadinos marcou a estreia de Bruno César com a camisola “verde e branca” e pode ter espicaçado mais a luta pela titularidade aos dois “cafeteros” do plantel: Teo Gutiérrez e Fredy Montero.

    Mas porque é que eu estou a relacionar o Bruno César com os dois colombianos? Porque o aparecimento do “Chuta-Chuta” no lado esquerdo do meio campo, à frente de Jefferson, acaba por desviar Bryan Ruiz para o corredor central, jogando no apoio mais direto a Slimani. O flanco canhoto acabou por funcionar na perfeição, com dois golos de Bruno César, com assistências dos dois brasileiros para outros golos da equipa e com a construção do golo de Aquilani a fazer-se também por ali. Tendo isto em conta, é previsível que Jorge Jesus mantenha a aposta nas próximas partidas, assumindo Bryan um novo papel, que não lhe é assim tão estranho. Seja no Twente, no Fulham ou na sua seleção, o costarriquenho já tinha desempenhado funções na zona central e tem as duas principais características para isso: boa capacidade de finalização e uma inteligência de jogo bem acima da média, quer na libertação de espaços para outros colegas aparecerem em boa posição para faturar, quer na execução do último passe, como ficou provado no segundo golo do clássico frente ao FC Porto.

    Com esta derivação de Bryan Ruiz para o meio, fica mais complicada a vida para Teo e Fredy. O primeiro está desde o Natal (há tempo demais, na minha ótica) na Colômbia a recuperar de uma lesão. Têm corrido alguns rumores na imprensa sobre a possível saída do internacional colombiano, com Cerro Porteño, River Plate e Junior Barranquilla a serem os destinos indicados como possíveis para a sua saída. A verdade é que o atraso na vinda de Teo tem ajudado a alimentar estes rumores e espero que volte o mais rapidamente possível a Portugal e à preparação da equipa, tendo em vista os cinco meses que faltam de competição. Já Fredy Montero, que tem estado na sombra de Teo na primeira metade da época, também perde na luta com Bryan Ruiz, só que Montero é daqueles jogadores que parece valer mais a saltar do banco de suplentes (lembremo-nos do jogo com o Nacional) do que sendo titular, onde já teve desempenhos dececionantes (como na receção ao Paços de Ferreira, em agosto).

    Alberto Aquilani é mais um sinónimo de classe e nota artística neste Sporting. Fonte: Sporting CP
    Alberto Aquilani é mais um sinónimo de classe e nota artística neste Sporting
    Fonte: Sporting CP

    Voltando a falar em particular de Bryan Ruiz, esta sua posição já tinha sido testada, essencialmente nas deslocações da Liga Europa. Em Istambul, fez companhia a Teo, e em Moscovo jogou nas costas de Montero, tendo marcado mesmo um golo sublime após jogada de entendimento com o avançado. Sobre este cenário, prefiro mesmo ver Ruiz na companhia a Slimani, porque me parece ser o mais inteligente entre as três opções possíveis e porque abre espaço a Bruno César, um jogador que teve uma estreia de encher o olho e que tem uma capacidade de remate assinalável, característica que muito me agrada, e que já fez falta em alguns jogos onde o Sporting defrontou equipas muito defensivas e que praticaram muito antijogo.

    Contudo, fala-se perigosamente de algumas saídas agora em Janeiro, como a já citada de Teo Gutiérrez, o interesse (proibido) do Crystal Palace em Slimani ou a de Alberto Aquilani. Os rumores de possível saída do italiano também me assustam de verdade. O dono da camisola 6 é um dos suplentes mais utilizados, a par de Ewerton ou Gelson Martins, e é um importante suporte para o nosso meio campo. Tem marcado golos, vai dar muito jeito para a segunda volta do campeonato e transmite uma experiência e uma classe ao jogo da equipa que, na minha opinião, só pode ser comparável a João Mário ou Bryan Ruiz. Com a sua leitura de jogo e a estaleca que já tem, depois de já ter jogado no Liverpool, Roma e Fiorentina, Aquilani é daqueles jogadores que nunca serão problema, porque raramente joga mal e acrescenta sempre alguma coisa de positivo ao clube. Por isso, aconselho aos responsáveis da Sampdoria, do Génova e do Bolonha, entre outros: esqueçam o Aquilani, se quiserem levem o André Martins, ou partam para outros alvos. O Alberto vai lutar por receber uma faixa em maio.

    Se jogarmos sempre como no clássico ou em Setúbal, estaremos mais perto…

    Foto de capa: Sporting CP

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    Diogo Janeiro Oliveira
    Diogo Janeiro Oliveira
    Apaixonado por futebol, antes dos livros da escola primária já lia jornais desportivos. Seja nas tardes intermináveis a jogar, nas horas passadas no FIFA ou a ver jogos, o futebol está sempre presente. Snooker, futsal e andebol são outras paixões. Em Portugal torce pelo Sporting; lá fora é o Barcelona que lhe enche as medidas. Também sonha ver o Farense de volta à primeira…                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.