O Sporting CP venceu hoje o FC Paços de Ferreira por 2-0, em jogo a contar para 29.ª jornada da Primeira Liga. Na ressaca dos acontecimentos que envolveram os jogadores e o Presidente do clube leonino, e depois das vitórias de SL Benfica e FC Porto, ficava no ar a curiosidade de como iria alinhar a equipa do Sporting apesar de tantos focos de pressão.
O certo é que Jorge Jesus foi dono e senhor das escolhas para o onze titular, até com algumas novidades: Marcos Acuña substituiu o lesionado Fábio Coentrão, no lado esquerdo da defesa, enquanto que Wendel, a principal novidade, avançou para a equipa titular para colmatar uma vaga criada com a ausência de William Carvalho, por problemas físicos. Já o Paços de Ferreira alinhou com o mesmo onze inicial face à última partida, contra o CD Chaves.
Ainda estavam os jogadores a entrar em campo e já se constatava o possível burburinho que era previsível depois das últimas horas: as claques deixaram o recado aos jogadores – que acusaram de não terem sentimento pelo clube – e os adeptos responderam com uma gigantesca assobiadela e com pedidos de demissão para Bruno de Carvalho.
Os primeiros vinte minutos de jogo foram marcados pela chuvada torrencial que caiu em Alvalade. Os adeptos tiveram de se resguardar, mas a equipa leonina não lhes seguiu as passadas e apontou para a baliza sem medo: Bas Dost fez um primeiro ensaio ao quarto minuto, mas à passagem do vigésimo não falhou. Cruzamento de Bryan Ruiz, Bruno Fernandes desvia ao primeiro poste, e no segundo apareceu um holandês voador para fazer o primeiro da partida. 1-0 e respiravam os adeptos leoninos, até porque o golo teve consulta do vídeo-árbitro.
Desde aqui até ao intervalo, o ritmo foi lento e o jogo pobre, exceptuando algumas jogadas que partiram dos pés de Gelson: na primeira, Bruno Fernandes coloca a bola na velocidade do internacional português, que finta Mário Felgueiras e cruza para a pequena área, onde Bas Dost não consegue aparecer a tempo para finalizar com sucesso; na segunda inverteram-se os papéis e o holandês coloca no extremo direito, que remata muito por cima da baliza.
O jogo foi então para descanso com um Sporting a responder positivamente às polémicas com que foi assombrado nas últimas horas e com Bruno de Carvalho, que estava no banco, a sair sob uma forte onda de assobios.
No início da segunda parte, Gelson tem novamente uma grande oportunidade de golo. No bico da grande área, o internacional português remata prensado e quase faz um chapéu ao guarda-redes que, em esforço, salva para canto. A bola parada foi então batida e o Sporting conseguiu desperdiçar por três vezes o golo, primeiro por Battaglia, depois por Bryan e, por fim, Coates, todas a bater na defensiva pacense.
O Paços de Ferreira fez o seu segundo remate à baliza pouco depois, com um cabeceamento de Miguel Vieira por cima da baliza de Rui Patrício. Nos minutos seguintes, tentaram novamente a sua sorte, através de dois livres, mas a bola foi sempre à figura do guardião português.
Quem não marca sofre e o momento seguinte foi o caso. Quando o cronómetro batia a hora de jogo, Gelson desvia dois adversários da frente e triangula com Bruno Fernandes, para depois assistir Bryan Ruiz, que apareceu à entrada da área para marcar o segundo golo. Apesar de ter sido festejado em grupo, foi notória a falta do habitual uníssono “O Sporting é o nosso grande amor”, cantado apenas pelas claques, as únicas mais efusivas até ao momento.
Numa altura em que o Sporting dominava o jogo, Bas Dost quase elevava o resultado para 3-0, mas o golo foi (mal) anulado por suposto fora-de-jogo do holandês. A dez minutos do fim, Mário Felgueiras saiu lesionado e, como João Henriques já tinha esgotado as substituições, Rui Correia entrou para o seu lugar.
Os leões não tiravam o pé do acelerador e Lumor, recém entrado, faz uma arrancada pelo lado esquerdo e cruza para a área, onde Bas Dost tenta encostar para golo, cortado no limite pela defesa adversária.
O jogo terminou com uma vitória tranquila num ambiente bastante estranho vivido nas bancadas e no campo. Nota ainda para a situação que se passou após o apito final: o Presidente ficou recolhido no banco, com os jogadores a serem ovacionados após o jogo, enquanto Bruno de Carvalho saiu apoiado entre braços por um elemento do banco e por um Steward, aparentado ter sentido uma indisposição. Os adeptos presentes em Alvalade mostraram todo o seu apoio aos jogadores, gritando em conjunto o nome do clube, apoiado por um grande aplauso, o único momento em que se ouviu o estádio gritar como das outras vezes.
Como jogou o Sporting: Rui Patrício, Coates, Bruno Fernandes, Acuña, Ristovski, Battaglia, Bryan Ruiz, Mathieu, Bas Dost, Wendel e Gelson Martins.
Substituições: Lumor (Wendel, 67′), Montero (Bryan Ruiz, 83′) João Palhinha (Bruno Fernandes, 87′)
Como jogou o Paços de Ferreira: Mário Felgueiras, Rui Correia, Pedrinho, João Góis, Rúben Micael, Rafael Assis, Miguel Vieira, Mabil, Luiz Phellype, Filipe Ferreira, António Xavier
Substituições: Quiñones (Mabil, 57′), Bruno Moreira (Luiz Phellype, 73′), Vasco Rocha (Rúben Micael, 75′)