Hoje em dia vivemos numa sociedade egoísta e de indivíduos que preferem aproveitar-se do trabalho e mérito de outros para sobressair. E no caso da realidade portuguesa, que é a que melhor conheço, e sobre a qual melhor posso opinar, posso dizer que valorizamos muito mais o que não é nosso, preferimos ter inveja dos que têm sucesso em vez de tentar perceber e aprender como o alcançar (a primeira forma dá menos trabalho), e somos muito de nos opormos a determinada ideia, sem saber bem o motivo, para sobressairmos dos demais.
Actualmente, no universo Sporting podemos identificar principalmente as últimas duas ideias descritas acima, onde sobressai uma pequena célula de contestação à actual direcção. Isto porque essa não aponta um caminho, apenas diz que o que se está a seguir não é bom.
Eu entendo que não tenhamos que aceitar tudo o que foi ou está a ser feito; no entanto, há uma forma extremamente eficaz para reprovar ou não o trabalho realizado, ou seja, as eleições. Elas são feitas para eleger alguém com novas ideias para o clube, ou para dar aval às que estão a ser colocadas em prática. Para além de ser a mais eficaz, é também a mais democrática e a que menos desestabiliza o dia-a-dia do clube, dos sócios, direcção, técnicos ou atletas.
Tudo o que esteja além disto é só ruído exterior que tem o único objectivo de tentar tirar-nos força, e a recuperação, a todos os níveis, do nosso clube.
Se há momento para aparecer uma oposição à direcção em funções, por não se concordar com o modelo, é agora. Mas uma oposição identificada, com rostos, com ideias, com algo que valorize o clube. Não queremos, pelo menos eu não, oposições que se escondem em papéis e flyers, que lutam como grupos de guerrilha, que lançam um ataque e se escondem até uma nova oportunidade. Isso não é de quem queira bem ao clube. É de quem simplesmente tem ódios pessoais por resolver e de quem quer vingar através do clube, ainda que isso o enfraqueça.
Um clube que tenha este tipo de oposição desestabiliza os elementos da direcção, e descredibiliza-os junto dos outros órgãos que gerem o futebol. Porque esses órgãos, se tiverem que tomar uma decisão que vá ao encontro dos interesses de um clube e em desfavor de outro, mais facilmente sentirão vontade de prejudicar quem esteja preocupado com lutas internas, e em constante convulsão.