Alvalade está em estado de sítio. Após duas derrotas seguidas, em Braga e em Madrid, e que em muito comprometem as aspirações leoninas nesta temporada, Bruno de Carvalho foi para o Facebook criticar os jogadores e estes retorquiram hoje, também através das redes sociais.
Os posts e o seu conteúdo são mais do que conhecidos, por isso vou tentar centrar-me mais no que causou isto e no que pode acontecer daqui para a frente. Em primeiro lugar, dizer que todos os envolvidos têm culpas no cartório: o presidente pelos erros de comunicação e de liderança gritantes que conduziram a este terramoto, os jogadores pelos falhanços astronómicos que marcaram alguns dos desaires desta temporada. Jorge Jesus também não está, obviamente, isento de culpas e espero que não alimente mais este debate público.
No fundo, quem mais sofre com isto é quem menos culpa tem: os adeptos. Tivemos perto de quatro mil adeptos no Wanda Metropolitano, após termos estado em peso em Braga. O que é que a equipa fez? Duas exibições pobres, zero golos marcados e duas derrotas bastante desanimadoras.
Para resolver esta tempestade, primeiro que tudo, tem de acontecer uma reunião entre jogadores, equipa técnica e direção. Dure as horas que durar, com as discussões que se tenham, mas tudo tem de ser falado o mais rapidamente possível, e à porta fechada. O presidente deve largar, de vez, as redes sociais e ausentar-se do espaço mediático por uns tempos. Ele já provou ser capaz de grandes feitos a trabalhar “na sombra” e é isso que terá de continuar a fazer.
Depois, os jogadores. É verdade que podem acontecer erros e que os jogadores que falharam nestes jogos já nos deram várias alegrias. Mas algo que nunca pode falhar é aquilo que tem de os igualar aos adeptos. Os jogadores têm SEMPRE de correr a todas as bolas como se fossem a última da partida, e sentir a camisola e o símbolo que envergam ao peito. Pode parecer uma frase feita, mas é a realidade que não pode ser esquecida. Toda a gente passa pelo clube, menos os adeptos. E esses têm de ser sempre respeitados, acima de tudo.