Carta ao Pai Natal

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    Querido, Pai Natal,

    Neste Natal quero pedir-te algo que, muito provavelmente, nunca te pediram. Quero pedir-te algo desejado por muitas pessoas neste mundo. Quero pedir-te o que muita gente evita, sem o querer evitar. Quero, querido Pai Natal, pedir-te futebol.

    O ano de 2017 não correu nada bem. Foi um ano pobre e triste aqui para os “tugas” que tanto gostam de “bola”. E é por isto mesmo que te peço isto: futebol, “bola”.

    Chega de assobios à toa, de filosofias baratas que de sábias não têm nada, de fanatismo, de estádios vazios, de ofensas, de inutilidades, de ”bla bla blas”. Chega de árbitros incompetentes, de corrupção e de choradeiras só porque sim.

    Já que ninguém superior o quer fazer, fá-lo tu, Pai Natal. Por favor! Dá-nos a “bola” de que nós tanto gostamos. Dá-nos a verdadeira “Bola na Rede”. Dá-nos aquela “bola” em que discutimos horas a fio com o nosso melhor amigo, que por acaso até é do nosso rival, mas que nunca deixa de ser o nosso melhor amigo. Dá-nos aquela “bola” que nos faz custar (ainda mais) levantar da cama à segunda-feira porque sabemos que toda gente a gente vai falar da derrota do nosso clube. Dá-nos a verdadeira essência do futebol.

    O futebol que nos faz gastar dezenas de euros para ver um único jogo do nosso clube, aquele jogo que tanto marca a época do clube que tanto amamos. Dá-me o futebol do domingo à tarde que enche qualquer estádio. O futebol que reúne famílias, que vai do oito ao oitenta, aquele em que, em direção ao estádio, vai o meu pai a conduzir, o meu avô a seu lado e o meu irmão no banco de trás junto a mim.

    E, Pai Natal, não quero que me dês isto sem razão aparente. Eu sei que este é um pedido bastante difícil e pouco exequível mas, por isso mesmo, quero explicar-te o porquê do mesmo. Pai Natal, eu não gosto daquilo em que o futebol se tornou. Custa-me muito dizer isto mas é a triste realidade. “Isto já não é como dantes”, diz o meu avô. Dá-me isso, Pai Natal. Dá-me, por favor, aquilo de que o meu avô tanto fala. Todos nós sabemos como era o futebol e é, exatamente por isso, que o queremos de volta.

    Em suma, querido Pai Natal, eu sei que já foste verde e que agora és vermelho, mas achas que conseguias ser um bocadinho de todas as cores? Só mesmo para agradares a todos, tal como queremos que o futebol nos agrade.

    Ah, e se não for pedir muito, dá-nos neste natal a felicidade de ter muitas bolas na rede!

    De um amante de futebol,

    Feliz Natal, Pai Natal!

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    Guilherme Anastácio
    Guilherme Anastáciohttp://www.bolanarede.pt
    O Guilherme estuda jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social e tem o sonho de ser um jornalista de eleição. O Sporting Clube de de Portugal é uma das maiores paixões que Guilherme tem, porém, é ao mote do lema da moda “Support your local team”que acompanha a equipa do Estoril-Praia. Sendo natural de Cascais, desde pequeno que apoia a equipa da linha e que é presença assídua no António Coimbra da Mota.                                                                                                                                                 O Guilherme escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.