Recordar é Viver: FC Porto – SL Benfica

    recordar é viver

    Ai… ai… ai… ai que chegou o dia do clássico mais explosivo do futebol português!

    FC Porto vs SL Benfica, esse duelo que coloca em campo os clubes com mais títulos na modalidade, esse duelo que em tempos (será que ainda hoje?) representa Norte e Sul, esse duelo que é o nosso jogo mais conhecido além-fronteiras. Todos crescemos com esta rivalidade transcendente, que por muitas vezes pisa o risco, em que nós sentimos, não em raros momentos de uma forma exacerbada, que traz cá para fora aquilo que de mais instintivo tem o ser humano.

    É tempo de viajar no tempo, recordar alguns embates disputados na Invicta, e perceber pela enésima vez como estamos a falar de um acontecimento nacional, também internacional, que deixa o adepto mais fanático ao mais desligado… com os olhos e ouvidos postos no relvado.

    FC Porto 2-0 SL Benfica – 3 de Janeiro de 1998

    Estávamos no início de 1998, numa noite de sábado gélida e chuvosa, que colocava frente a frente dois colossos em momentos completamente opostos: um FC Porto rei e senhor, tricampeão, líder do campeonato, diante de um Benfica já em plena travessia do deserto, e que até àquela 15.ª jornada havia averbado… sete vitórias.

    Números horríveis que deixavam os “encarnados” com a obrigação de vencer num terreno muito complicado, sob um ambiente hostil, e ainda para mais com um evidente desnível de qualidade entre os tabuleiros.

    O Benfica era orientado há pouco tempo por Graeme Souness, treinador escocês que serviu de trunfo de João Vale e Azevedo (lembram-se dele?), chegado cerca de dois meses antes à presidência do emblema da Luz, e nesta partida contou com três reforços: Luís Carlos, que não vingou, Kandaurov, interessante e um tal de Karel Poborsky… craque checo que fez suspirar todo um país com a sua qualidade futebolística.

    Mas do outro lado estava um “dragão” muito forte, de peito feito, voraz, com estrelas em série e com um balneário à prova de bala, comandado por António Oliveira, que via neste embate a oportunidade de colocar a “águia” em estado KO.

    Paulinho Santos vs. João Pinto, uma luta à parte Fonte: FC Porto
    Paulinho Santos vs. João Pinto, uma luta à parte
    Fonte: FC Porto

    Porém, a verdade é que até se assistiu a um desafio equilibrado, com oportunidades de parte a parte, para depois, já no segundo tempo, Oliveira tirar um coelho da cartola: saiu Rui Jorge, entrou Artur, e num ápice o avançado brasileiro inaugurou o marcador, batendo Michel Preud’homme, guarda-redes mítico do futebol mundial.

    E o que se seguiu? Pois bem, um dos episódios que mais tinta fez correr neste país à beira-mar plantado, o mais famoso dos “rounds” entre Paulinho Santos e João Pinto, numa troca de agressões que colocou os colegas de selecção na rua e que deixou o “menino de ouro” benfiquista com uma lesão na face.

    Mas calma, porque ainda não acabou: o Benfica viu ainda um golo ser-lhe mal anulado por António Costa, por pretenso braço na bola de Kandaurov, e depois… deu-se o xeque-mate nas aspirações encarnadas na competição, com Artur a bisar e a tranquilizar o anfiteatro das Antas, que meses depois festejaria o “tetra”.

    Resumo do Jogo:

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    João Rodrigues
    João Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O João sabe todos os resultados do Benfica em jogos a contar para o campeonato português desde a temporada 1993/1994. Isto quer dizer alguma coisa, não quer?                                                                                                                                                 O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.