Está aí à porta a final do Campeonato do Mundo de futebol 2018, na Rússia, e por isso é tempo de viajar na máquina do tempo, recordando momentos marcantes de cada um dos jogos decisivos, de 1990 para cá.
Trata-se de uma partida especial, o desafio dos desafios do desporto-rei, a consagração máxima, um planeta em suspenso à volta de um tira-teimas apaixonante.
E se me permitem, deixando só uma nota relativamente ao presente, e independentemente de mais ou menos surpresas ao longo da competição e de um ou outro jogo mais monótono, que Mundial este que a Rússia organizou!
De se lhe tirar o chapéu!
Itália’90
Insultos de Maradona ecoam pelo Olímpico de Roma – Não terá havido um Mundial tão forte do ponto de vista emocional como o Itália’90. Não pela qualidade futebolística, que deixou muito, mas mesmo muito a desejar, mas porque um dos jogadores se chamava… Diego Armando Maradona, esse astro inacreditável, que na altura alinhava no Nápoles, recém-sagrado campeão transalpino.
E como o futebol é feito destas coisas, a toda a hora, eis que em pleno Estádio San Paolo, numa das meias-finais, se defrontaram Itália e… Argentina, capitaneada por “El Pibe”, e que conseguiu o impensável: colocar milhares de napolitanos a torcer… pela alviceleste, vendo-se por aqui o grau de endeusamento do n.º 10 para os habitantes da cidade do sul de Itália.
Para piorar o cenário… a Argentina qualificou-se mesmo, encontrando na final do Olímpico de Roma uma fortíssima República Federal da Alemanha (RFA), de longe a equipa que melhor se exibiu no torneio.
Num jogo que não ficou, propriamente, na retina, dado o mau espetáculo e péssima arbitragem do mexicano Edgardo Codesal, o momento lendário acabaria por sair dos hinos, com os italianos a não perdoarem a desfaçatez de Maradona e a eliminação da “squadra azzurra” aos pés dos sul-americanos.
Ao hino argentino, os transalpinos responderam com assobios e mais assobios, mistura explosiva que deixou em ponto de ebulição, o que se traduziu nuns celebérrimos palavrões em direto e a cores para todo o mundo.
A RFA venceria por 1-0, mas Maradona, depois de ter conquistado o Mundial de 86 quase sozinho, voltava a provar o porquê do futebol da altura se confundir… com ele mesmo.