A consistência defensiva do FC Porto tem sido um dos dados mais interessantes desta época. 13 golos sofridos em 30 jogos são números muito bons tendo em conta todo o contexto: Um treinador novo no clube, dois jogadores (Felipe e Alex Telles) novos no setor defensivo, cinco jogadores novos no onze base da equipa. Mesmo com estes fatores a equipa é consistente, raramente é surpreendida e mantém um equilíbrio tático quase permanentemente.
Esta qualidade defensiva é fruto da visão que NES tem sobre o jogo, NES da primazia ao equilibro em detrimento da vertigem. A mudança tática que a equipa sofreu esta época deixando o habitual 4-3-3 para um 4-4-2 (com algumas variantes) foi um fator determinante para esta consistência, a equipa pressiona mais alto e com jogadores mais agressivos nesse aspeto como são Jota e André Silva na primeira fase de construção da equipa adversaria, Oliver também é muito forte nesta missão. O eixo central com Danilo, Marcano e Felipe é quase impenetrável, são rápidos, fortíssimos nos duelos e no jogo aéreo. Nas laterais Maxi, Layun e Telles são agressivos, competitivos e muito eficazes.
Acredito que os novos jogadores que chegaram ao clube esta época foram escolhidos em primeiro lugar pela sua qualidade tática, personalidade e pelo compromisso que NES já frisou diversas vezes.
NES acredita e eu também que é o coletivo que ganha jogos e não as individualidades, as dificuldades que Brahimi teve em entrar na equipa advém disso, ou Brahimi conseguia entender o sentido coletivo que lhe era pedido ou então não jogava, a sua qualidade técnica que é muita não bastava para jogar.
No futebol moderno poucos são os jogadores a nível mundial que são dispensados quase na totalidade de tarefas defensivas (Ronaldo e Messi) e pouco mais, mas estes conseguem dar ofensivamente algo que ninguém consegue dar, e como o FC Porto não tem jogadores desse nível o compromisso com a equipa é fundamental.
Foto de Capa: FC Porto