Janeiro de recordes

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    Passada uma semana desde o meu último texto, muitíssimas coisas aconteceram. Muito podia falar sobre estes últimos dias: desde a vitória dos Miami Heat sobre os San Antonio Spurs à derrota dos Miami Heat diante dos Oklahoma City Thunder. Poderia até dar a minha opinião acerca daquela que tem sido a máquina destruidora da liga, marcando 30 ou mais pontos por mais de dez jogos consecutivos, Kevin Durant. No entanto, decidi falar sobre o mês de Janeiro.

    Desde o início do ano, catorze jogadores, repito, catorze jogadores bateram os seus recordes de pontos. Um dado impressionante, quase tão espetacular como as suas prestações.

    Comecemos por analisar este dado. Bater recordes pessoais é certamente uma conquista rara nas carreiras dos jogadores. No passado mês de Janeiro, mais de uma dúzia de jogadores conseguiram realizar tal feito.

    Victor Oladipo, rookie dos Orlando Magic, é um dos nomes que tem andado na ribalta por ser um jogador muito completo e que tem mostrado grandes capacidades defensivas. Num jogo extremamente emocionante contra os Chicago Bulls, Oladipo marcou 35 pontos num confronto que chegou ao terceiro prolongamento. Podem contestar que estando na primeira época é relativamente fácil atingir recordes pessoais, mas 35 pontos, até para uma estrela, é fenomenal.

    Do outro lado da fronteira norte-americana, em Toronto, Terrence Ross (jogador de segundo ano), atualmente campeão de afundanços do fim-de-semana dos All-Stars, fez dez triplos num jogo e marcou 51 pontos. Quebrou o seu recorde pessoal e igualou o recorde do clube. O último jogador a atingir este número foi Vince Carter. Esta performance fenomenal foi contra os Los Angeles Clippers, porém a vitória foi para a formação californiana. Sendo um atleta com um alto poder de elevação, Ross tem feito uma época impressionante e demonstrado por que merece estar no cinco inicial da equipa canadiana. Ainda na mesma formação, DeMar DeRozan carregou a sua equipa na vitória sobre os Dallas Mavericks, marcando 40 pontos. Este duo fantástico possui uma capacidade fora do normal e faz parte de uma das formações da conferência Este que mais tem dado que falar desde a saída de Rudy Gay (já falarei sobre ele mais à frente).

    Ambos os jogadores têm ajudado imenso o grupo canadiano a juntar vitórias. É impressionante o facto de estarem no terceiro lugar na conferência Este depois da saída da sua maior estrela. Thechronicleherald.ca
    Ambos os jogadores têm ajudado imenso o grupo canadiano a juntar vitórias. É impressionante o facto de estarem no terceiro lugar na conferência Este depois da saída da sua maior estrela
    Fonte: Thechronicleherald.ca

    No estado da Pensilvânia, na sua maior cidade, treinam os Philadelphia 76ers. E pode afirmar-se com algumas certezas que se tem vivido um clima de excitação à volta do rookie Michael Carter-Williams; contudo, há jogadores que também merecem atenção pelas suas épocas impressionantes, como o poste Spencer Hawes, o extremo-poste Thaddeus Young e Evan Turner, um jogador que marcou 34 pontos, um ponto alto na sua carreira na vitória sobre os New York Knicks. Turner tem sido um jogador que pessoalmente me tem vindo a impressionar bastante, sendo muito útil nesta época e dando vitórias à sua equipa, como foi o caso de ontem, sobre os Celtics.

    Carmelo Anthony, por sua vez, tem sido criticado por não estar a conseguir levar os Knicks à sua teoricamente merecida glória. No entanto, contra os Charlote Bobcats Carmelo bateu três recordes. O seu pessoal, o máximo número de pontos de sempre da instituição dos New York Knicks e a maior pontuação feita por um só jogador que a mítica arena de Madison Square Garden já viu. Com 62 pontos marcados, Anthony superou Bernard King no lado dos Knicks e Kobe Bryant, com 60 e 61 pontos respetivamente.

    Agora olhemos para a conferência Oeste, mais precisamente no estado do Texas: a equipa de Houston teve dois jogadores que bateram recordes pessoais (para além dos Raptors e dos Rockets, também os Thunder e os Sacramento Kings tiveram dois jogadores com a melhor prestação da carreira). Estou a falar do subestimado Chandler Parsons e do jogador em constante ascensão, Terrence Jones. O último marcou 36 pontos na vitória sobre os Milwaukee Bucks e Chandler Parsons marcou 34 na derrota diante dos Memphis Grizzlies. Para além desse ponto alto na sua carreira, Parsons fez dez triplos numa parte, batendo um recorde da NBA. A equipa de Houston parece estar bem servida de talento. Estamos perante uma equipa que pode lutar pelo título. Pelo menos, tem argumentos para isso. Mas isso são conversas para outro texto.

    No estado da Califórnia, mais precisamente em Sacramento, Rudy Gay fez 41 pontos e Marcus Thorton 42. Sem dúvida um mês com jogadores a fazerem jogos impressionantes na equipa dos Kings; contudo, a qualidade de jogo apresentada tem vindo a decrescer. Os Kings ocupam agora o último lugar da conferência Oeste. Ainda neste lado do país, um dos grupos que mais espetáculo dava no final da década de 80 e durante a época de 90, os Utah Jazz, na altura com o duo formado por John Stockton, o líder em roubos e assistências na história da NBA, e por Karl Malone, um dos melhores extremos-postes de sempre, continua a sua época de reconstrução. Em Gordon Hayward têm sido apoiados quase todos os jogos da formação desde o início da época desportiva. Em Janeiro, Hayward espantou os Oklahoma City Thunder ao marcar 37 pontos e, para surpresa de todos, garantiu a vitória da equipa de Salt Lake City.

    Mudando o foco, referir-me-ei agora a equipas que atualmente são consideradas favoritas na corrida ao título. Em Indiana tem-se festejado a época mais do que soberba que os Pacers têm feito. A equipa está atualmente com o melhor registo de vitórias e derrotas de toda a liga e tem feito jogos que garantem o estatuto previamente dito. Para além da estrela Paul George, que está a ser um dos melhores jogadores está época, também Lance Stephenson tem espantado todo o mundo do basquetebol com as suas exibições, sendo a vitória recente sobre os New York Knicks a que por agora é mais falada. Marcando 28 pontos, Stephenson liderou a sua equipa em pontos numa vitória sem qualquer contestação.

    Ambos os atletas tiveram um mês de Janeiro fulminante. Contudo, Kevin Durant levou a melhor praticamente todas as equipas que enfrentava.  Usatoday.com
    Os dois atletas tiveram um mês de Janeiro fulminante. Contudo, Kevin Durant levou a melhor praticamente todas as equipas que enfrentava
    Fonte: Usatoday.com

    A equipa de Portland também tem sido uma das que mais sobrolhos tem levantado, vencendo inúmeras vezes (coisa que não aconteceu muito regularmente no ano passado) e por margens elevadas. O cinco inicial, normalmente composto por Damian Lillard, Wesley Matthews, Nicolas Batum, LaMarcus Aldridge e Robin Lopez tem surpreendido todos os fãs e todas as equipas que encontram. Recentemente, Aldridge marcou 44 pontos contra os Denver Nuggets e mostrou por que é que está na corrida para MVP. Para além disso, tem sido, discutivelmente, o melhor extremo-poste do ano.

    Por fim, direcionamos as atenções para Oklahoma. Desde que Russel Westbrook se lesionou, Reggie Jackson tem assumido o papel de base e até agora não tem desiludido. Para não variar, em Janeiro fez 27 pontos (mais um máximo pessoal). Mas a maior estrela dos Thunder, essa sim, não tem desapontado ninguém. Posso afirmar com certezas que se Durant não se lesionar até ao final do ano e continuar a jogar como tem feito, vai ser nomeado MVP. Está numa sequência de doze jogos sempre a marcar mais do que 30 pontos e contra os Golden State Warriors venceu, quase sozinho, marcando 54 pontos.

    Enfim, Janeiro foi um mês espetacular e muitos jogos ainda faltam até o fim da época regular. Se no final de todos os meses tiver de escrever um texto assim, a liga só tem a ganhar.

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    André Albuquerque
    André Albuquerque
    O André já fez natação, futebol, futsal, basquetebol, judo, karate, jiu-jitsu brasileiro, ténis de mesa. No entanto, não sabe fazer nada sem ser ver os jogos da NBA e do seu Benfica!                                                                                                                                                 O André não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.