A Catalunha tem sido motivo de interesse mais pela questão da sua independência do que por assuntos desportivos, mas no último fim de semana realizou-se neste local o Rali da Catalunha, prova espanhola do WRC, que pode ter sido determinante para os títulos de pilotos e construtores, principalmente para os segundos, onde a M-Sport está a poucos pontos de se sagrar campeã.
Kris Meeke tem tido uma temporada para esquecer. O piloto da Citroen era apontado como um dos candidatos ao título, mas tudo correu mal na equipa francesa, com muita instabilidade, até nos pilotos, para cada rali. O piloto inglês já tinha vencido no México e, na Catalunha, quis mostrar que é o melhor piloto da equipa e um nome a ter em consideração para o que resta da temporada (País de Gales e Austrália) e, claro, para 2018. Meeke foi irrepreensível e praticamente não cometeu erros, sendo um justo vencedor. Ainda na Citroen, Stéphane Lefebvre terminou em sexto e Klalid Al-Qassimi em 17º.
A M-Sport pode não ter ganho o rali, mas foi quem mais ganhou no 11º rali da temporada. Sébastien Ogier terminou em segundo, à frente de Ott Tanak, com ambos a aproveitarem a hecatombe da Hyundai. O pódio para os dois pilotos praticamente deu o título de equipas e Ogier está muito mais próximo de mais um título mundial. Tanak, com este resultado, subiu a segundo da classificação geral, por troca com Thierry Neuville. A M-Sport contou ainda com Elfyn Evans, que foi sétimo, e conseguiu ainda as vitórias no WRC2, com Teemu Suninen, e no WRC3, com Nil Solans, que conquistou ainda o JWRC.
A Toyota não teve um rali fácil, apesar do quarto lugar de Juho Hanninen. O piloto finlandês, como todos os da equipa, fez uma prova muito consistente e tem melhorado muito o seu ritmo em relação ao início da temporada, mostrando, finalmente, todas as suas qualidades. Os restantes dois pilotos da equipa desistiram, Jari-Matti Latvala com problemas no seu Yaris WRC e Esapekka Lappi devido a um acidente já perto do final do rali, quando era sexto.
Por fim, a Hyundai. A equipa sul coreana começou muito bem com Andreas Mikkelsen, agora na Hyundai, terminou o primeiro dia na frente, mas a partir daí apenas se salvou a Power Stage, ganha por Dani Sordo. Mikkelsen e Sordo desistiram na 12ª especial com o mesmo problema na suspensão dianteira direita, com ambas as equipas a voltarem para o último dia, não conseguindo mais do que o 18º e 15º lugar, respetivamente. O líder da equipa, Neuville, também desistiu, mas no último dia, quando era quinto, depois de bater numa rocha e danificar igualmente a suspensão dianteira direita. Um rali para esquecer para a equipa da Coreia do Sul, que já anunciou que vai passar a ter quatro i20 WRC nas duas restantes provas do campeonato.
Para a última prova europeia desta temporada do WRC, aposto na vitória de Ott Tanak, seguido do seu companheiro de equipa, Ogier, e, a fechar o pódio, uma luta acesa entre Mikkelsen e Latvala, mas aposto no piloto norueguês. O Rali de Gales vai para a estrada já no final do mês, entre os dias 27 e 29.
Foto de Capa: Kris Meeke
Artigo revisto por: Francisca Carvalho