Dez anos no Parma e 17 na Juventus. Gianluigi Buffon há muito que virou ídolo, lenda para legiões de fãs pelo mundo fora. A sua qualidade futebolística, aliada à forma de estar e de agir de ‘Gigi’ ultrapassam as barreiras das quatro linhas, mas a partir de agora vamos ver Gianluigi de maneira necessariamente diferente.
Aos 40 anos, Buffon deixou a ‘sua’ Juventus para se mudar para o multimilionário Paris Saint-Germain, detido pelo catari Nasser Al-Khelaifi. Para trás ficam dias gloriosos e de fracasso ao serviço da ‘Vecchia Signora’, desde a Série B transalpina até a finais da Liga dos Campeões, por entre variadíssimos títulos domésticos. Para mim, que cresci a vê-lo ‘bianconero’ e a admirá-lo assim, agora parece que lhe arrancaram a pele, que me roubaram um herói.
Por outro lado, é inegável o quão impressionante é saber que, aos 40 anos, Buffon está numa forma portentosa para assumir a baliza parisiense sem grandes problemas e, muito provavelmente, não se ficar apenas por esta temporada.
Na concorrência com Aréola e Trapp, a baliza do PSG está agora ocupada por três dos tops mundiais e, à chegada, Buffon reforçou que ninguém lhe prometeu que seria titular. Nem quero imaginar se isso não acontecer, e perdoem-me os restantes dois guarda-redes. Seria um fim de carreira ainda mais desapontante do ícone italiano.
Para mais, o guarda-redes já não joga mais pela seleção italiana, pelo que é um total distanciamento do futebol italiano, a casa de ‘Gigi’.
A Liga dos Campeões, também o disse Gianluigi, não é obsessão, mas é o título, o mais cobiçado, que ‘teimosamente’ lhe foge do alcance. Espero que consiga erguer a orelhuda porque ‘Gigi’ merece tudo o que o futebol de bom e amável tem para dar.
O convite do campeão francês chegou no início de maio, contou o guardião, que, diz, tinha “outra ideia” para colocar um ponto final na sua carreira futebolística. Contudo, ao mesmo tempo, esta saída era tudo menos esperada nesta altura e a mim, como amante do futebol, deixa-me desarmado como a criança a quem lhe trocaram o brinquedo favorito.
Cristiano Ronaldo e Gianluigi Buffon na mesma equipa seria das coisas mais bonitas com que o futebol nos poderia brindar. Depois de já termos visto repetidamente a grande elevação de ambos os astros quando se defrontavam, é fácil imaginar que juntos conquistariam os nossos corações. Todavia o futebol é um pouco ‘cruel’ nestas encruzilhadas do destino.
Espero que esta mágoa me deixe rapidamente depois quando começar a ver-te novamente a seres o gigante que és dentro do campo, mas com uma capa de super-herói diferente.
Magoaste-me, Gigi! Magoaste-me…
Foto de Capa: Paris Saint-Germain
Artigo revisto por: Vanda Madeira Pinto