Ricardo dos Santos voltou a sorrir e a fazer-nos sorrir

    O grande destaque do dia foi mesmo mais uma fantástica prestação de Ricardo dos Santos com direito a um novo recorde nacional dos 400 metros, mas já lá vamos. Felizmente tivemos muitos mais motivos para sorrir em Berlim!

    No período da manhã, a participação portuguesa estava resumida à qualificação do Triplo Salto e dos 400 metros, ambos no feminino. 

    A manhã começou bastante bem para nós, com a grande prestação de Cátia Azevedo nos 400 metros, correndo em 51.84 segundos, o seu melhor desta temporada, a segunda melhor marca nacional de sempre (atrás do seu recorde pessoal) e o seu terceiro tempo abaixo dos 52 segundos de toda a carreira. Qualificou-se directamente para as meias-finais, sendo segunda da sua série e no final a atleta confessou-se feliz por voltar a correr na casa dos 51 segundos, que confia no trabalho realizado durante os treinos e que irá dar o seu melhor para lutar por uma boa marca nas meias-finais.

    No Triplo Salto, o contingente português era alargado, com a presença de 3 atletas, incluindo a campeã europeia em título, Patrícia Mamona. Numa época muito marcada pela lesão no joelho esquerdo, a atleta teve uma participação em crescendo na prova, mas o seu salto de 13.92 metros (+0.3), longe do seu melhor, não foi suficiente para garantir a qualificação para a final.

    Patrícia não conseguiu o apuramento, mas 2018 deixa boas indicações para o futuro da atleta
    Fonte: FPA

    A atleta disse que esperava conseguir o apuramento por saber que conseguia a marca de qualificação e por ter conseguido bater recordes nos treinos, mas que sabe que foi uma época com circunstâncias especiais, em que a sua participação nos Europeus chegou a estar em risco devido à sua lesão, tendo conseguido estar presente não através do “wild card” por ter sido campeã europeia, mas por ter conseguido a marca de qualificação exigida. 

    Lecabela Quaresma foi uma estreia no Triplo a nível de campeonatos europeus e a atleta até saltou próximo do seu recorde pessoal, com um salto de 13.87 metros (0.0). Tal não chegou para passar à final, mas a atleta confessou que gostou da sensação e que agora se irá concentrar para o Heptatlo. Em relação ao Heptatlo a atleta afirmou que irá tentar bater o seu recorde pessoal. 

    O grande destaque, no entanto, no Triplo, foi Susana Costa que saltou o melhor da temporada no seu segundo salto, em 14.17 metros e com forte vento contrário (-1.5), conseguindo o apuramento para a final de sexta-feira. A atleta, em declarações no final, afirmou que estava confiante que ira saltar aqui em Berlim o seu melhor da época tendo em conta as marcas que vinha fazendo nos treinos e que agora irá encarar a final com mais confiança, reconhecendo que o concurso está com um nível bastante elevado neste ano e que terá que puxar o melhor de si na final. 

    No período da tarde, foi a vez de Ricardo dos Santos entrar em ação na meia-final dos 400 metros. O atleta já sabia que tinha uma tarefa bastante complicada, ao estar inserido numa série fortíssima que incluía Lucas Bua, Pavel Maslák, Jonathan Borlée ou Matthew Hudson-Smith, o líder europeu do ano. No entanto, Ricardo vinha motivado do recorde nacional conseguido um dia antes nas eliminatórias. Ricardo dos Santos correu em 45.14 segundos, um novo recorde nacional e uma marca que o coloca como o único português presente em finais de campeonatos internacionais ao ar livre nos 400 metros! Antes de Berlim, o melhor nacional, que já pertencia a Ricardo dos Santos, eram os 45.74 segundos conseguidos em Zurique nos Europeus de 2014, onde ficou à beira da final, como o 9º atleta (apesar de mais rápido do que alguns dos finalistas que se apuraram directamente noutra série). Em declarações no final, o atleta confessou que a espera para perceber se tinha sido apurado foram os piores 20 minutos da sua vida (correndo na série 1 e com o terceiro lugar teve que aguardar os tempos das outras séries para perceber se iria ser apurado), mas que o mais importante é que conseguiu o lugar na final. Disse que antes da prova acreditava nessa presença na final, embora não soubesse que tipo de marca pudesse fazer. Confessou que que o nível dos atletas presentes na final de sexta-feira é muito forte e que a pista provavelmente não será a melhor, mas que irá procurar fazer o seu melhor. 

    Na única final do dia com atletas portugueses, foi a vez de Sara Moreira, Catarina Ribeiro e Inês Monteiro entrarem em ação nos 10.000 metros. Sara Moreira, que era a mais bem rankeada entre as portuguesas, não terminou a prova, assumindo ter sentido alguma pressão por se apresentar em Berlim como campeã europeia (da Meia) e cinco vezes medalhada em Europeus (ao ar livre e pista coberta), admitindo que o resultado não era o que ela queria e que cedo percebeu que não seria capaz de chegar a uma posição de medalha. Procurou manter-se calma, mas o corpo acabou por não reagir e teve que terminar mais cedo. Também Inês Monteiro não terminou a prova dos 10.000 metros, ao sentir-se mal durante a prova, num ano bastante positiva para atleta, tendo já sido Prata nos Jogos do Mediterrâneo. A única atleta a chegar ao fim foi Catarina Ribeiro, correndo em 32:53.71 e ficando numa meritória 10ª posição, numa prova disputado ainda com uma temperatura a rondar os 28 graus, numa quente noite em Berlim. A atleta confessou que o calor foi um problema que impediu uma marca de maior valia, mas que estava satisfeita com a classificação e por terminar como a 10ª melhor europeia.

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.